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PARANÁ APRESENTA
PROJETO PIONEIRO DURANTE SEMINÁRIO
SOBRE SUINOCULTURA PARA ESTADOS DA REG
Panorama
Ambiental
Cuiabá (PR) – Brasil
Agosto de 2005
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O projeto-piloto avalia a produção
de gás metano através da decomposição
dos dejetos de porcos e propõe a criação
de uma rede coletiva de captação e
tratamento de dejetos suínos
O secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz
Eduardo Cheida, abriu na última terça-feira
(30), em Curitiba o seminário de apresentação
dos resultados já obtidos com o projeto de
regularização ambiental das propriedades
que produzem porcos, como a adequação
das pocilgas para obtenção do licenciamento
ambiental.
“Neste evento o Paraná se destaca por apresentar
a outros estados da região Sul um projeto
pioneiro que está sendo desenvolvido utilizando
o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). A idéia
é possibilitar aos suinocultores uma renda
alternativa com a venda de créditos de carbono
gerados através da queima do metano”, disse
o secretário Cheida.
O seminário foi realizado pelo Programa Nacional
do Meio Ambiente II (PNMA II), do Ministério
do Meio Ambiente, que é coordenado no Estado
pela Secretaria do Meio Ambiente.
De acordo com o secretário executivo do Ministério
do Meio Ambiente, Cláudio Langone os resultados
do projeto de licenciamento de suinocultores que
vem sendo realizado pelos três estados da
região Sul vai embasar atividades em todo
país. “O Setor ambiental não pode
licenciar atividades como esta da mesma forma que
se licencia indústrias. Os resultados mostyram
que já temos elementos para minimizar conflitos
e transformar o que era conflito em grandes oportunidades”,
explicou Langone.
Em relação ao projeto de créditos
de carbono Langone disse que o Brasil tem tudo para
ser uma grande liderança nesta área.
“Agora embasados em experiências positivas
precisamos capacitar as pessoas para que criem bons
projetos”, afirmou Langone.
Durante o evento foi apresentado o Sistema de Apoio
à Decisão (SAD) - um sistema matemático
que repassa informações e serve de
suporte para definir ações prioritárias
a serem aplicadas em bacias hidrográficas
onde foi constatada a contaminação
decorrente da criação de porcos, em
especial na bacia do rio Toledo.
O presidente da Fundação de Meio Ambiente
de Santa Catarina (FATMA), Sérgio José
Grando disse que o seu estado possui o maior número
de matrizes de porcos da região Sul (seis
milhões) e que os financiamentos para produtores
não saíam por falta de licenciamento
ambiental das propriedades.
“Este projeto está modificando a realidade
dos produtores e hoje estamos aqui também
para conhecer o caminho das pedras, iniciado pelo
Paraná , de envolver os suinocultores em
projetos de créditos de carbono”, disse Grando.
Projeto de MDL - A Proposta de inserção
de suinocultores no mercado de créditos de
carbono surgiu a partir do trabalho de controle
da contaminação ambiental decorrente
da suinocultura que vem sendo desenvolvido pela
Secretaria do Meio Ambiente, através do PNMA
II. O projeto piloto está sendo desenvolvido
inicialmente com 34 pequenos criadores de porcos
(produções com até 300 animais),
da região Oeste do Estado - bacia do rio
Toledo.
Está sendo avaliada a produção
de gás metano através da decomposição
dos dejetos de porcos e propõe a criação
de uma rede coletiva de captação e
tratamento de dejetos suínos. Cálculos
iniciais apontam que cada suinocultor poderá
aumentar em R$500,00/mês a sua renda.
Após o tratamento do material decomposto
é realizada a queima do gás metano.
A queima do gás reduz a emissão de
gás carbônico na atmosfera - gás
que mais contribui para o aquecimento global - e
poderá ser comercializada no mercado de créditos
de carbono.
“Este processo deverá contribuir ainda para
redução do lançamento de dejetos
nos rios da bacia, melhorando consideravelmente
a qualidade da água”, afirmou o secretário
Cheida. Segundo ele, os dejetos que antes seriam
descartados na água dos rios são tratados,
produzindo gás metano que pode ser comercializado
no mercado de carbono.
A coordenadora estadual do programa, Sandra Queiroz,
estima que a renda mensal pode ser ainda maior.
“O projeto piloto abrange apenas pequenos criadores
e quanto maior for a produção, mais
metano deverá ser gerado”, disse.
Ela ainda disse que os quase 11 mil animais dos
34 criadores produzem cerca 42 mil metros cúbicos
de dejetos por ano, que, após passar pelo
processo de decomposição, geram 2,5
mil toneladas de gás metano. “O volume de
dejetos produzidos anualmente pode render mais de
52 mil metros cúbicos em créditos
de carbono”, disse Sandra
Cada tonelada é vendida a aproximadamente
U$ 4,00 no mercado e pode gerar receita anual de
mais de R$ 210 mil. A renda deverá ser dividida
entre os produtores.
Participaram do Seminário representantes
das Secretarias de Meio Ambiente do Rio Grande do
Sul e Santa Catarina, Itaipu Binacional, Sanepar,
Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Superintendência
de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
(Suderhsa) e IBAMA.
Fonte: Secretaria Estadual de Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa