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PRESIDENTE DA FUNAI PREVÊ
CHEGAR A 100 TERRAS INDÍGENAS HOMOLOGADAS
ATÉ FIM DE 2006
Panorama
Ambiental
Alto Xingu (MT) – Brasil
Agosto de 2005
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O governo deve chegar
a um total de 100 terras indígenas homologadas
no atual mandato presidencial até o fim de
2006, estima o presidente da Fundação
Nacional do Índio, Mércio Pereira
Gomes. "Até agora, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva já homologou
54 terras. Até o fim do ano, mais dez homologações
devem ser assinadas", diz ele, que participou
entre a última quinta-feira (25) e ontem
(26) da cerimônia do Kuarup realizada na aldeia
Ipatse, dos Kuikuro, no sul do Parque Indígena
do Xingu, em Mato Grosso.
Mércio diz
que, para que se complete totalmente o processo
de reconhecimento das terras indígenas no
Brasil, ainda faltam ao todo cerca de 160 territórios
(100 em processo de demarcação e 60
ainda em fase de identificação). Ao
final, o presidente da Funai estima que 12,5% do
território nacional serão oficialmente
considerados terra indígena. "Nenhum
país do mundo tem isso. Nenhum país
na América Latina tem 95 anos de uma tradição
indígenista republicana como nós.
Mesmo o México, que tem 12 milhões
de índios, só reconhece 5% de seu
território como indígena", afirma.
Segundo Gomes, o Brasil tem hoje 440 mil índios,
divididos entre 220 povos que falam 170 diferentes
línguas.
O presidente
da Funai avalia que essa quantidade de terras "não
é pouca nem muita, o que há é
um desequilíbrio". Ele lembra que 95%
das terras indígenas homologadas, em termos
de área, estão na Amazônia e
diz que só deve ser demarcada mais uma terra
com grande extensão, a de Trombetas-Mapuera,
no Amazonas, com 3,97 milhões de hectares.
Por outro lado, lembra que deve ser homologada em
breve uma terra indígena que vive conflito
de posse há quase 70 anos, a de Caramuru-Paraguassu,
em Ilhéus (BA), para os Pataxó. Mércio
Gomes conta que a terra foi demarcada na década
de 30 e que a Polícia Militar da Bahia usou
a Intentona Comunista de 1935 como desculpa para
atacar o chefe do posto do Serviço de Proteção
ao Índio (SPI) que tinha sido responsável
pela demarcação.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel