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PRESO O RESPONSÁVEL
PELO MAIOR DESMATAMENTO DO ANO NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2005
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Está em poder
da Justiça brasileira, desde ontem (31 de
agosto), o fazendeiro José Dias Pereira,
acusado pela derrubada de cerca de 2 milhões
de árvores na região da Terra do Meio,
no sudoeste do Pará. Pereira foi preso em
Ourilândia do Norte, por agentes da Polícia
Federal que cumpriram mandado de prisão preventiva
do juiz federal Fabiano Verli, a pedido da Procuradoria
da República em Santarém.
O procurador Renato de Rezende Gomes, responsável
pelo caso, denunciou José Dias Pereira e
seu filho Joel Gomes Pereira à Justiça
Federal no dia 02 de agosto último, cinco
dias após a autuação do desmatamento
pelo Ibama. "A resposta da justiça brasileira
nesse caso foi exemplar e rápida", comemorou
Gomes após ser informado da prisão.
Pereira deve ficar ficar preso durante o trâmite
do processo judicial. Ele foi transferido de Ourilândia
do Norte, onde mora, para a delegacia da PF em Redenção,
no sudeste do Pará. Deve ser novamente transferido
ainda esta semana, para Santarém, no oeste
do Estado, onde enfrentará interrogatório
judicial.
O fazendeiro e seu filho foram denunciados pelos
artigos 41 e 50 da lei 9605/98, a Lei de Crimes
Ambientais. Se condenados, ambos podem ser sentenciados
a penas que variam de 3 meses a 4 anos de detenção
e multa.
Reincidente - O desmatamento foi flagrado no dia
25 de julho por fiscais do Ibama que sobrevoaram
de helicóptero a fazenda, chamada JD e LA,
no município de Altamira. A destruição
alcançou 6.852 hectares de floresta nativa
e gerou uma multa de R$ 20 milhões. Foi o
maior desmatamento do ano de 2005, objeto de manchetes
em todos os meios de comunicação.
Mas não foi o primeiro flagrante contra José
Dias Pereira. Em 2004 já tinha sido multado
em cerca de R$ 3 milhões pelo desmate de
2.053 hectares de mata. "Nem a multa astronômica
foi capaz de inibir os marginais, que no ano de
2005 voltaram a delinqüir. Mas desta vez a
área é muito maior. O sentimento de
impunidade forjou uma audácia, quase uma
declaração de guerra ao estado democrático
de direito", acusa Renato Gomes no pedido de
prisão preventiva.
Mandar derrubar árvores e colocar fogo na
floresta é uma prática disseminada
para composição de pastos na Amazônia,
apesar de criminosa. A derrubada do ano passado
correspondia a 2 mil campos de futebol. A mais recente,
corresponde a 6.800. Como agravante do crime ambiental,
a área desmatada atingiu parte da Reserva
Extrativista do Riozinho do Anfrísio, uma
das muitas reservas da Terra do Meio. A região
fica no coração do Pará, entre
os rios Iriri e Xingu, e é considerada reserva
valiosa de floresta Amazônica, totalmente
protegida por lei.
Fonte: Procuradoria Geral da República
- Ministério Público (http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/index.jsp)
Assessoria de imprensa