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REATIVAÇÃO
DO INSTITUTO DE TERRAS E CARTOGRAFIA É
APROVADO NA ASSEMBLÉIA
Panorama
Ambiental
Cuiabá (PR) – Brasil
Agosto de 2005
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A criação
de um órgão que vise a regularização
fundiária é uma sugestão que
consta no relatório final da Comissão
Parlamentar de Inquérito da Reforma Agrária,
realizada na Assembléia Legislativa no ano
passado
O Governo do Estado
do Paraná vai reativar o Instituto de Terras
e Cartografia do Paraná (ITC) para promover
a inclusão social de proprietários
rurais através da demarcação
de terras, fazendo um levantamento cartográfico
do Estado, demarcando regiões de fronteiras
e cadastrando os imóveis rurais. Caberá
também ao ITC subsidiar o Governo Federal
nas ações agrárias e fundiárias.
A mensagem do Governo
fundando o ITC foi aprovada em primeira discussão
nesta segunda-feira (29), na Assembléia Legislativa
do Paraná. Caso não receba emendas,
a mensagem deverá ter a redação
final até a última quarta-feira e
seguirá para sanção do governador.
A criação
de um órgão que vise a regularização
fundiária é uma sugestão que
consta no relatório final da Comissão
Parlamentar de Inquérito da Reforma Agrária,
realizada na Assembléia Legislativa no ano
passado. De acordo com o relatório, 300 mil
hectares de terras paranaenses são de origem
e proprietários desconhecidos.
Segundo levantamento
do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), a situação
fundiária no Paraná apresenta números
ainda maiores de falta de regularização.
O órgão estima que 13% dos imóveis
rurais no Paraná não possuem documentação.
Os dados do Incra
indicam que o Paraná tem 19.932 milhões
de hectares, mas os cadastros do Incra registram
apenas 17.284 milhões, uma diferença
de mais de dois milhões de hectares. Entre
as principais metas do ITC destacam-se a regularização
de 10 mil propriedades por ano e a ampliação
de quatro para oito mil o número de atendimentos
públicos e privados.
A maior preocupação
do governador Roberto Requião é, através
da regularização das áreas,
propiciar garantias às famílias e
herdeiros que poderão contar com acesso às
linhas de crédito agrícolas e a outros
programas do governo, sejam eles municipais, estaduais
ou federais. O Estado também poderá
estabelecer políticas públicas considerando
os limites físicos e econômicos de
cada um dos 399 municípios do Estado.
“A regularização
fundiária no Estado será um grande
desafio. Ela permitirá que possamos fazer
a inclusão social, principalmente das famílias
que possuem o menor Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) no Estado, como àquelas que
habitam o Vale da Ribeira, por exemplo”, enfatiza
Luiz Eduardo Cheida, secretário estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
Extinto em 1991,
as atividades inerentes ao ITC acabaram sendo delegadas
ao Instituto Ambiental do Paraná, que acabou
focado nas questões eminentemente ambientais,
conforme explicação do técnico
de Assuntos Fundiários da Secretaria estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Albari
Sebastião Lejambre. “Desde 1991, pouco foi
feito nesta área. O ITC irá auxiliar
as pessoas que estão sem o título
da terra. Muitas delas não possuem condições
de arcar com as despesas de documentação
como inventário, honorários de advogados
e medição”, declarou Lejambre.
Ele também
mencionou que existe uma nova lei exigindo o georeferenciamento
da área (Lei Federal nº 10.267/2001).
Ainda segundo Lejambre, devido às dificuldades
financeiras, muitos dos contratos existentes hoje
enquadram-se nos chamados “contratos de gaveta”,
pois não possuem registros legais.
O deputado estadual
Elton Welter parabenizou o governador pela iniciativa
de reativar o ITC. Durante a votação,
ele fez questão de enfatizar a importância
do Instituto, afirmando ser mais uma iniciativa
modelo do Paraná para os outros estados.
“Para quem conhece
a realidade do campo, o ITC é uma esperança
de melhoria de vida, principalmente para os agricultores
mais pobres, pois através da legalização
de terras as pessoas terão acesso a projetos
de desenvolvimento”, afirmou o líder do governo
na Assembléia, deputado Dobrandino da Silva.
As principais áreas
incorporadas ao patrimônio do IAP (Instituto
Ambiental do Paraná) passarão a integrar
o patrimônio do ITC que poderá estabelecer
projetos de pesquisas, assinando convênios
com universidades, prefeituras, sindicatos rurais
e ainda deve receber repasse de verbas do Incra.
Com a regularização das áreas,
o Estado também poderá fiscalizar
e exigir o cumprimento da legislação
em áreas de proteção ambiental.
O ITC terá
autonomia financeira e administrativa, gerenciando
o Fundo de Terras, Fundo de Desenvolvimento Rural
e o Fundo de Desapropriação e Colonização,
hoje administrados pela Secretaria estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos. “O ITC vai
nos dar condições de agilizar processos
que estão adormecidos há trinta, cinqüenta
anos. Com a criação do Instituo conseguiremos
resolver estas questões com mais agilidade
cumprindo uma função social”, declarou
Cheida.
Fonte: Secretaria Estadual de Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa