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ESTUDOS DE IMPACTOS AMBIENTAIS
PODEM SER A SAÍDA PARA GRANDES PROJETOS
NA REGIÃO NORTE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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05/09/2005 - O estabelecimento
de grandes projetos na região Norte, como
por exemplo a construção da Transamazônica
e da Usina Hidrelétrica de Balbina, gerou
uma série de movimentos ambientalistas que
protestavam contra os impactos ambientais iminentes,
tanto para os povos indígenas que viviam
na região, quanto para os ecossistemas que
desapareceriam com os avanços. Então,
como promover o desenvolvimento econômico
e social sem agredir o meio ambiente?
Uma das saídas é a realização
da avaliação dos impactos ambientais
nos locais onde os projetos serão implantados
ou estão sendo executados. Por exemplo o
projeto Avaliação dos Impactos do
Tráfego dos Navios da Mineração
Rio do Norte sobre a Ictiofauna no rio Trombetas,
desenvolvido pelos pesquisadores Efrem Jorge Ferreira,
Jansen Zuanon e Sidinéia Amadio, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa),
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia.
Os estudos foram
solicitados pela Mineração Rio do
Norte, atendendo a uma determinação
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama). Isso porque
a mineradora deseja renovar a autorização
para a exploração do minério
na região e é importante saber o que
isso representa em termos de impactos ao meio ambiente.
Segundo Efrem Ferreira, anualmente passam pelo porto
do rio Trombetas a média de um navio de grande
porte, acima de 50 mil t, por dia, totalizando um
movimento de cerca de 365 navios por ano, que fazem
o transporte de minério (bauxita). A pesquisa
começou em março deste ano e vai até
abril de 2006, quando serão apresentandos
os resultados.
Foram investidos
aproximadamente R$ 60 mil em despesas da equipe,
de material de coleta e equipamentos. O pesquisador
disse que a intenção é saber,
por exemplo, se as hélices dos navios contribuem
para revolver sedimentos depositados no fundo do
rio, afetando (de forma negativa ou positiva) a
alimentação dos peixes, ou se a passagem
dos navios produz turbulências na água
(os "banzeiros") que podem derrubar barrancos
nas margens do rio e prejudicar as atividades de
alimentação e desenvolvimento dos
peixes.
Já foram realizadas três excursões
de pesquisa para a região, uma na época
da enchente, outra na cheia e uma na vazante. O
objetivo é obter diferentes amostras para
informações mais precisas sobre o
real impacto da passagem dos navios. De acordo com
Ferreira, estão programadas mais três
excursões. "Após as seis verificações,
será possível identificar as espécies
existentes, as semelhanças na composição
da ictiofauna ao longo do rio, além de detalhes
sobre a alimentação e reprodução
dos peixes", disse.
Ele destaca a importância do projeto que,
mesmo sendo uma pesquisa básica para a verificação
da taxonomia e biologia dos peixes da região,
trará resultados de uma pesquisa aplicada.
"As pessoas pensam que não é
importante saber o que o peixe come, como ele se
reproduz. No entanto, o que vemos é o contrário,
porque esses estudos terão impactos econômicos,
sociais e ambientais para a Amazônia",
afirmou.
Efrem Ferreira destaca
que não há desenvolvimento sem a exploração
dos recursos naturais. Segundo ele, sempre há
um preço a ser pago. "No caso do transporte
da bauxita, o produto gera divisas para o País
e promove o crescimento econômico da região.
Conhecer os eventuais problemas ambientais decorrentes
da atividade e tentar amenizar seus efeitos são
atividades necessárias". O pesquisador
ressalta que esses estudos de impacto são
fundamentais para a credibilidade dos projetos junto
às comunidades.
Fonte: Ministério da Ciência
e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (INPA)