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LEI APONTA SOLUÇÃO
PARA TERRA PÚBLICA SE ÓRGÃOS
AMBIENTAIS FOREM FORTALECIDOS, DIZ ISA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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08/09/2005 – "O
projeto de Lei de Gestão de Florestas Públicas
[PL 4776] não oferece obstáculos,
na verdade, ele propõe uma solução
para um problema histórico de ocupação
de terras públicas: grilagem associada com
desmatamento", analisa o advogado e coordenador
de biodiversidade e florestas do Instituto Socioambiental
(ISA), André Lima.
"O que a gente
colocando em discussão é que o PL
oferece soluções, mas, para que elas
sejam viáveis, é fundamental que os
órgãos ambientais sejam fortalecidos
para fazer o monitoramento e o controle dessas concessões
florestais."
Um dos motivos principais
para a adesão da rede ONGs da Mata Atlântica
ao projeto de lei, segundo Lima, é a questão
da regularização fundiária
das chamadas populações tradicionais
como caboclos, ribeirinhos e extrativistas, que
moram nas florestas públicas e precisam ter
sua situação resolvida, antes de se
destinar áreas para exploração.
"O projeto diz
que, identificando a presença de populações
em terras públicas, essas áreas serão
prioritariamente destinadas e regularizadas em benefício
dessas populações", afirma ele.
"Elas não serão objeto de exploração
e de concessão florestal."
André Lima
reclama da fragilidade do governo em monitorar os
programas ambientais. É o caso do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf), que tem como objetivo estimular os pequenos
agricultores à prática do cultivo
de árvores para reflorestamento e a recuperação
de áreas de preservação ambiental.
"É importante
que se faça um monitoramento da conseqüência
desse programa porque, em princípio, ele
não tem uma escala significativa, é
um programa com pouco recurso perto da demanda de
recuperação e de plantio florestal
na Mata Atlântica", aponta ele.
Na opinião
do advogado, o "histórico de incapacidade
dos órgãos públicos",
principalmente em matéria ambiental, de fazer
monitoramento e controle, justifica as críticas
feitas ao projeto. "Há aqueles que acham
que, como não temos condições,
que não podemos mudar o sistema. Os nacionalistas
dizem que esse projeto vai internacionalizar a Amazônia,
o que é um equívoco", complemente
Lima.
"A idéia
do PL é que ele seja um projeto que mantenha
as florestas como florestas e as suas terras como
públicas. Mas têm aqueles que insistem
no argumento de que é uma privatização
e que só as empresas internacionais vão
explorar a floresta Amazônica."
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Bianca Paiva