|
PEIXE-BOI ENCALHADO NO
CEARÁ CHEGA AO RECIFE DE AVIÃO
NESTE SÁBADO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
|
 |
(09/09/050 - Amanhã
(10), o Aeroporto Internacional dos Guararapes –
Gilberto Freyre irá receber um passageiro
inusitado. Trata-se de um filhote fêmea de
peixe-boi marinho (Trichechus manatus), que encalhou,
no último dia 29, no Ceará e está
sendo transferido para a Sede Nacional do Projeto
Peixe-Boi, na Ilha de Itamaracá, Região
Metropolitana do Recife.
O embarque do animal
está previsto para às 8 horas no hangar
da TAF no antigo aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.
Durante a viagem, o animal será acomodado
em um colchão e terá a pele hidratada
por técnicos da Aquasis com óleo mineral.
A chegada em Recife será por volta das 10h30
também no hangar da TAF no aeroporto da cidade.
O avião foi
cedido pelo Governo do Estado do Ceará. Somente
este ano, é a terceira vez que o órgão
cede uma aeronave para transportar os filhotes encalhados
no litoral do estado, um dos mais degradados do
Brasil. “Não houve nenhum gasto adicional
para a locação da aeronave, tendo
em vista que ela faz parte de uma frota de dedicação
exclusiva do executivo e se não fosse usada
amanhã, possivelmente estaria parada”, assegura
o secretário adjunto do Governo do Estado,
Júlio César Batista.
De acordo com a médica-veterinária
voluntária da Aquasis, Mônica Mota,
“a infecção pulmonar que o animal
apresentou quando foi resgatado do encalhe, comum
nesses casos, já foi curada. As pequenas
lesões na pele já cicatrizaram e o
quadro clínico da filhote está estável,
o que possibilita o transporte”.
Assim que chegar
no aeroporto, a médico-veterinária
da Fundação Mamíferos Aquáticos
(FMA), Jociery Vergara-Parente, vai estar a postos
para efetuar a remoção do pequeno
animal para Itamaracá. A FMA, junto com o
Centro Mamíferos Aquáticos (CMA)/Ibama,
executa o Projeto Peixe-Boi, patrocinado pela Petrobras
desde 1997.
Na Unidade de Reabilitação,
será feita uma biometria no animal e a coleta
de sangue. “Após esses procedimentos clínicos,
o filhote ficará em uma piscina isolado.
Essa quarentena é necessária para
evitar a transmissão de doenças que
possa está hospedando para os outros animais.
Nesse tempo, a bebê também vai aprender
a mamar e a respirar mais tranquilamente”.
Superpopulação
– O chefe do CMA/Ibama e coordenador nacional do
Projeto Peixe-Boi, Régis Lima, alerta para
o agravamento do quadro de superpopulação
de animais na Unidade de Reabilitação.
Segundo ele, a liberação dessa piscina
exige uma redistribuição dos animais
que já estão lá.
“Para receber este
novo filhote vindo do Ceará, tivemos que
transferir um outro animal para o oceanário
de crescimento, onde ficam os peixes-bois que estão
prestes a serem reintroduzidos. Com isso, subirá
para nove o número de animais nesse oceanário
que tem capacidade para receber três”, explica
Lima.
Para solucionar o
problema, está sendo pleiteada junto ao Ibama
em Brasília a construção de
um novo oceanário para doze peixes-bois,
capacidade suficiente para atender a demanda de,
em média, quatro filhotes encalhados por
temporada (setembro a março).
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Luís Boaventura)