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PROJETO NÃO TEM
VIABILIDADE ECONÔMICA, AVALIA WASHINGTON
NOVAES
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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08/09/2005 – "O
que determina o preço da madeira no mercado
é a madeira ilegal, porque tem custos muitos
menores", compara o jornalista Washington Novaes.
Por isso, para ele, a coleta seletiva de madeiras
na floresta amazônica é uma opção
inviável economicamente, que acaba levando
à exploração irregular.
"O madeireiro
ilegal geralmente faz isso em uma terra invadida,
usa mão de obra de maneira exploratória.
Portanto, os custos dele são bem menores
que o da madeira certificada", avalia. Um dos
relatores da Agenda 21 para o Brasil, Novaes faz
comparações internacionais. "O
que aconteceu nos países em que a concessão
foi implantada, é que esses projetos de manejo
acabaram atropelados pelo custo menor da madeira
nas extrações ilegais".
Ele cita exemplos
de países da América Latina, Ásia
e África que aplicaram o mesmo modelo de
gestão pública de florestas. Nesses
lugares, segundo Novaes, por fim nas áreas
de manejo, acabaram explorando mais a madeira do
que seria permitido.
O jornalista questiona
também a viabilidade ambiental do programa.
"É muito difícil o manejo sustentável
na Amazônia porque o número de espécimes
exploráveis é muito pequeno por área",
afirma. Além disso, destaca que a maior parte
das espécies "demoram anos e até
séculos para chegar à maturidade".
O projeto de lei
também pode gerar uma seleção
natural às avessas. Novaes cita estudo do
almirante Ibsen de Gusmão Câmara, outro
estudioso da Amazônia. "Quando você
faz um manejo que parte da retirada dos melhores
espécimes, você desencadeia um processo
de seleção às avessas, que
vai destruindo a espécie".
Para ele, a exploração
da Amazônia poderia ser mais "inteligente".
Novaes propõe que os tipos de árvores
sejam cultivados fora da floresta e não retirados
de dentro dela.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Daniel Merli