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GOVERNO ANUNCIA OITO NOVAS
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO
PARÁ; GREENPEACE COBRA QUE NÃO
FIQUEM NO PAPEL
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Setembro de 2005
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15/09/2005 - O governo
federal anunciou nesta quinta a criação
de oito novas unidades de conservação
em parceria com o governo do Estado do Pará,
com uma área total de 7.369.575 hectares,
maior que o Estado do Rio Grande do Norte, na margem
oeste da rodovia BR-163. Também foi anunciada
a ampliação do Parque Nacional da
Amazônia. O processo de consultas públicas
para a criação começa nesta
sexta-feira, em Belém.
Para o Greenpeace,
é bem-vinda a estratégia de criação
dessas áreas protegidas em uma região
onde a pressão sobre os recursos naturais
vem aumentando, acompanhada de violência e
conflitos. "Entretanto, os órgãos
de governo como o Ibama e a Polícia Federal
não têm hoje a estrutura necessária
nessa região para garantir a conservação
dessas áreas e das outras já existentes",
afirmou Carlos Rittl, do Greenpeace.
"Em agosto,
durante a expedição 'BR-163: salvar
ou destruir?', denunciamos a falta de implementação
nas áreas já existentes", diz
Rittl. O Greenpeace bloqueou uma estrada ilegal
na Floresta Nacional de Altamira, invadida por madeireiros
e fazendeiros. Na ocasião, no recém
criado escritório do órgão
em Novo Progresso, quatro fiscais tinham 1.800 pontos
identificados de desmatamento para visitar. Das
14 áreas de conservação existentes
na área de influência da rodovia no
Pará, oito não possuem sequer um funcionário
designado para a unidade. Com o anúncio do
asfaltamento do trecho paraense da BR-163, feito
no início do governo Lula, a pressão
de madeireiros ilegais, grileiros e fazendeiros
sobre a região aumentou exponencialmente,
colocando o município de Novo Progresso entre
os líderes em desmatamento e exploração
ilegal de madeira.
Das oito unidades
propostas, cinco serão florestas nacionais
ou estaduais, que deverão ser submetidas
a concessões florestais, dentro das normas
previstas no Projeto de Lei sobre Gestão
de Florestas Públicas já aprovado
na Câmara e em tramitação no
Senado Federal. "O fortalecimento dos recursos
físicos e humanos dos órgãos
federais e estaduais no eixo da BR-163 no Pará
é fundamental para garantir o sucesso dessa
estratégia. As futuras concessões
não cumprirão com seus objetivos se
não houver governança", diz Rittl.
No anúncio
divulgado, o governo federal aponta a importância
da participação da sociedade no processo.
"Esperamos que a sociedade não seja
apenas ouvida, mas que suas demandas sejam efetivamente
incorporadas. Para isso é fundamental que
a implementação tenha mecanismos de
transparência e prestação de
contas à sociedade, para possibilitar o monitoramento
do processo e o atendimento das demandas apresentadas",
afirmou Rittl. Também devem ser dadas garantias
de resolução da situação
fundiária dos pequenos proprietários
e a priorização do manejo comunitário,
antes de qualquer concessão para empresas.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa