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LÍDERES GUARANI
E KAIOWÁ ACOMPANHAM EM BRASÍLIA
JULGAMENTO DO STJ SOBRE DEMARCAÇÃO
DE TERRA
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Setembro de 2005
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14/09/2005 - O cacique
Rosalino Ortiz é um dos 35 líderes
dos guarani e kaiowá de Mato Grosso do Sul
que estão em Brasília desde ontem
(13) para acompanhar julgamento que acontece hoje
no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Líder
dos índios que reivindicam a demarcação
da terra Yvy Katu, Rosalino diz que uma decisão
favorável no processo que julga a validade
da portaria que demarca a terra trará legitimidade
ao direito indígena à área.
A portaria do Ministério
da Justiça que estabelece a demarcação
de Yvy Katu foi suspensa por decisão do STJ.
O tribunal expediu medida cautelar em favor da Agropecuária
Pedra Branca. "Todo mundo sabe que os fazendeiros
se estabelecem ali por causa do dinheiro. Nós
não. Nós estamos lutando pelo nosso
direito. Nós sabemos que aquela terra é
nossa. Foi onde nós perdemos nossos avós,
tataravôs e onde viveremos com os outros que
ainda estão lá. É por isso
que nós estamos lutando. Para retomar aquelas
terras novamente para as nossas famílias",
diz o cacique.
Localizada no município
de Japorã, no Mato Grosso do Sul, a terra
Yvy Katu foi retomada em 2003 pelos nhandeva, que
expulsaram não-indígenas de 14 diferentes
fazendas, segundo informações do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi).
Rosalino nega que
a terra tenha sido invadida, como argumentam os
fazendeiros. "Nunca invadimos a terra. Nós
não somos estrangeiros. Se amanhã
me deixassem entrar para conversar com eles, eu
iria dizer isso. Nós não viemos do
Japão, nem da Alemanha, nem de outro país
para tomar o Brasil. Quem tomou foi o branco, o
estrangeiro. Nós somos nativos e criados
aqui. Somos a raiz do Brasil".
Ele diz ainda que
os 1.648 hectares destinados aos nhandeva em Porto
Lindo são insuficientes para garantir a sobrevivência
do povo. "Não temos mais espaço.
É por isso que nós estamos no espaço
que sobrou, que os fazendeiros nos tiraram. Nós
vamos recuperar essa terra", afirmou.
Nesta quarta-feira
(14), às 14 horas, os dez ministros do Superior
Tribunal de Justiça da primeira seção
julgarão o processo de validação
da portaria que demarca os limites da terra.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Érica Santana