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PROJETO DE LEI DE FLORESTAS
PÚBLICAS TERÁ NOVA AUDIÊNCIA
NO DIA 20
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2005
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13/09/2005 - Nova
lei que regulamenta concessões para exploração
sustentável de florestas públicas
foi debatido hoje por comissões e senadores,
mas decisão fica só para a próxima
semana
O Projeto de Lei
de Florestas Públicas foi debatido hoje de
manhã em audiência no Senado pelas
Comissões de Constituição e
Justiça, de Meio Ambiente e de Assuntos Econômicos,
e pelos convidados João Paulo Capobianco,
secretário de Biodiversidade e Florestas
do Ministério do Meio Ambiente, André
Lima, do Fórum Brasileiro de ONGs, o representante
da Associação dos Funcionários
do Ibama, Prudente Pontes, e o empresário
Justiniano Neto, da Federação da Indústria
do Estado do Pará.
Os senadores presentes
decidiram que o projeto, que deveria ser encaminhado
hoje para votação nas comissões,
teria que ser mais debatido, já que vários
dos convidados para a audiência de hoje não
compareceram, entre eles o presidente do Ibama,
Marcos Barros, e representantes do ministério
público estadual e federal. Para os senadores
Ramez Tebet, Jefferson Perez e Ana Julia, a falta
de um representante do Ibama foi o principal motivo
para o adiamento, já que eles acharam fundamental
ouvir a opinião do Ibama sobre o projeto..
O projeto de lei
regulamenta a gestão de florestas públicas
e define normas de uso sustentável dos recursos
florestais da União, estados e municípios.
Se aprovado, cria um sistema de concessão
de uso de produtos e serviços florestais
para a iniciativa privada ou associações
comunitárias, além de criar o Serviço
Florestal Brasileiro, o órgão gestor
do sistema de concessões, e o Fundo Nacional
de Desenvolvimento Florestal, que será mantido
com royalties pagas pelas concessionárias.
A audiência
começou com uma exposição do
representante do Ministério do Meio Ambiente,
que reforçou que o plano não lida
apenas com concessão de florestas públicas,
mas trata de uma gama de serviços que podem
ser oferecidos pela floresta. Além disso,
o secretário afirmou que o projeto regulariza
a exploração florestal e o ordenamento
fundiário da Amazônia.
O senador Jefferson
Perez também apoiou o projeto, dizendo que
a situação no interior da Amazônia
é gravíssima e a nova lei pode dar
oportunidade de trabalho na região. A senadora
Ana Julia, do Pará, usou o mesmo argumento,
afirmando que há muitas pessoas sem trabalho
no sul do estado que se beneficiarão do uso
sustentável de florestas públicas.
André Lima,
do Fórum Brasileiro de ONGs e do Instituto
Socioambiental, mostrou preocupação
com a capacidade de implementação
e estruturação do programa de florestas.
Ele levou o dado de que atualmente há apenas
40 engenheiros florestais do Ibama na Amazônia,
cerca de um engenheiro para cada 100 mil km2. Mas
disse que o principal mérito do projeto é
regularizar a questão fundiária de
comunidades tradicionais e indígenas.
O empresário
Justiniano Neto acredita que a nova lei será
uma solução temporária para
a exploração madeireira do país,
mas diz que o Brasil tem um potencial enorme neste
setor que deveria ser melhor explorado.
As piores críticas
ao projeto partiram do representante da Associação
dos Funcionários do Ibama, Prudente Pontes,
que acredita que a nova lei não vai sanar
o problema de falta de estrutura para a fiscalização
e o monitoramento ambiental.
“É fundamental
que o governo federal e em particular o Ministério
do Meio Ambiente garante a coerência e harmonia
entre seus ministérios e agências para
a implementação efetiva do Projeto
de Lei com todas as suas contrapartidas de monitoramento
e controle”, afirmou Sergio Leitão, coordenador
de políticas públicas do Greenpeace.
O projeto recebeu
23 emendas no Senado, mas a maioria foi retirada
para facilitar a tramitação da matéria,
que tem que ser votada até o dia 1o. de outubro.
O projeto deverá ser finalmente apreciado
pelas comissões no dia 20, quando será
debatido pelo presidente do Ibama e os outros convidados
que não compareceram hoje. Depois disso,
será então encaminhado para o plenário,
onde haverá uma discussão final com
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em conjunto
com governadores da região amazônica,
para debater as implicações do projeto.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa