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REUNIÕES DEFINEM
AGENDA DE PESQUISAS E CURSOS SOBRE RECUPERAÇÃO
DE NASCENTES NA BACIA DO XINGU
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Setembro de 2005
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12/09/2005 - A iniciativa
será realizada por pesquisadores e técnicos
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), do Instituto Socioambiental (ISA), da
Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e
contará com a participação
de representantes de prefeituras, sindicatos e organizações
locais da sociedade civil.
Está confirmado:
já a partir de outubro começa a sair
do papel um conjunto de cursos e pesquisas sobre
proteção e recuperação
de nascentes e matas ciliares na região de
Querência, Canarana e Nova Xavantina, municípios
do leste da Bacia do rio Xingu no Mato Grosso. A
iniciativa será realizada por pesquisadores
e técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), do Instituto Socioambiental
(ISA), da Universidade do Estado de Mato Grosso
(Unemat) e contará com a participação
de representantes de prefeituras, sindicatos e organizações
locais da sociedade civil.
A agenda do trabalho
foi definida em uma série de visitas e reuniões
ocorridas nas três cidades, de 30 de agosto
a 2 de setembro, e articuladas no âmbito da
campanha `Y Ikatu Xingu, que tem o objetivo principal
de proteger e recuperar as nascentes e as matas
ciliares do rio Xingu no Mato Grosso. Além
de colher sugestões e reivindicações
de grandes produtores rurais, agricultores familiares
e representantes do Poder Público, os encontros
também serviram para que os pesquisadores
da Embrapa conhecessem com mais profundidade a realidade
local. Foram feitas visitas de campo a assentamentos,
pequenas e grandes propriedades e em áreas
da região onde já existem projetos
de recuperação ambiental.
“As reuniões
e visitas técnicas foram bastante positivas.
A proximidade com a população de cada
região é ingrediente indispensável
para a definição das ações
que iremos desenvolver”, avaliou Rodrigo G. Junqueira,
analista de pesquisa socioambiental do ISA. Ele
explica que as idéias colhidas nos encontros
realizados com a comunidade são fundamentais
para que, de fato, o trabalho que será desenvolvido
reflita a dinâmica socioambiental local.
Conforme o cronograma
definido agora, de 3 a 7 de outubro, em Querência,
acontece um curso sobre recuperação
de Áreas de Preservação Permanente
(APPs) voltado a técnicos que trabalham com
assentamentos de reforma agrária e agricultura
familiar também em Canarana, Água
Boa, Nova Xavantina, São José do Xingu
e Ribeirão Cascalheira, todos municípios
da Bacia do Xingu. De 21 a 25 de novembro, ocorre
outro curso sobre integração entre
lavoura e pecuária, em Canarana, destinado
a técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa
e Extensão Rural (Empaer), da Unemat, prefeituras,
empresas de assistência técnica privadas
e sindicatos rurais.
A partir de março
de 2006, começam os projetos de pesquisa,
que terão cinco focos de atuação:
capacitação, diagnóstico institucional,
qualidade de água, planejamento de uso da
terra e supervisão na elaboração
de projetos. Todas as linhas de pesquisa convergem
para as duas diretrizes de ação assumidas
pela Embrapa para a campanha ´Y Ikatu Xingu:
tecnologias para recuperação de APPs
e para sistemas de produção.
Durante a reunião
ocorrida na Câmara de Vereadores de Querência,
no dia 30 de agosto, o prefeito do município,
Fernando Gorchen (PPS), apresentou sua idéia
de rever a figura da Reserva Legal (RL) e de definir
as APPs em, no mínimo, 150 metros de floresta.
Os representantes da Embrapa e da campanha ´Y
Ikatu Xingu consideraram legítima a reivindicação,
mas deixaram claro que o tema não faz parte
dos objetivos do trabalho que será desenvolvido
na região. “Essa proposta é polêmica
e requer a revisão da MP 2.166-67/01 (que
altera o Códgio Florestal). Acho que ela
precisa ser discutida de forma mais ampla nos debates
acerca do Zoneamento Econômico-Ecológico
(ZEE) do Estado, dentro de parâmetros ambientais,
econômicos e sociais estabelecidos”, afirma
Rodrigo G. Junqueira.
A RL é a área
mínima de cobertura vegetal preservada que
cada imóvel rural deve ter, conforme estipulado
pelo Código Florestal. Na bacia do Xingu,
as propriedades em área de cerrado devem
manter 35% da vegetação intocada e
nas áreas de floresta, 80%. A APP é
a faixa mínima de vegetação
necessária à proteção
dos recursos hídricos, da biodiversidade
e do solo, delimitada ao longo dos cursos de água
(rios, córregos, lagos), onde ocorre a chamada
mata ciliar, ou no topo de morros, em dunas e em
manguezais, por exemplo.
Fonte: Instituto Socioambiental
(www.isa.org.br)
Assessoria de imprensa (Oswaldo Braga de Souza)