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ESPECIALISTAS DISCUTEM OS RESULTADOS DOS PROTOCOLOS DE MONTREAL E DE KYOTO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2005

19/09/2005 - Secretaria de Estado do Meio Ambiente e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB, em parceria com a Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento - ABRAVA, realizaram na sexta-feira (16/9), em São Paulo, o 10° Seminário em Comemoração ao Dia Internacional da Camada de Ozônio, promovendo um debate sobre os protocolos de Montreal e de Kyoto.

José Jorge
O Dia Internacional da Camada de Ozônio, comemorado em todo o mundo, foi instituído pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA para marcar a assinatura do Protocolo de Montreal, que definiu a lista das substâncias que destróem a camada de ozônio que protege a Terra dos raios ultravioletas que, entre outros danos, podem causar câncer de pele.

O Protocolo de Kyoto, por seu lado, visa combater o efeito estufa que, entre outras conseqüências, promove o aquecimento global.
José Jorge
Entre outros convidados presentes à abertura do seminário, se encontravam Geraldo Siqueira Filho, do Ministério do Meio Ambiente, Maria da Glória Figueiredo, da CETESB, Carlos Trombini, presidente da ABRAVA, Paulo Neulander, do Grupo Ozônio, e Eduardo Macedo Ferraz, do SENAI. Também aconteceram, no evento, as apresentações dos temas “Mercado Atual: Fluídos Refrigerantes Alternativos”, por Maurício Xavier, da ABRAVA e Grupo Ozônio; "Créditos de Carbono: Projetos, Estrutura, Ciclo e Mercado”, por Carlos Martins, da Ecoinvest Carbon; “Projetos de Créditos de Carbono: Casos Internacionais de Substituição de Gases de Refrigeração”, por Victor Pulz Filho, da MGM International do Brasil; e “Relação entre Destruição da Camada de Ozônio e Mudanças Climáticas, Interações entre os Protocolos de Montreal e Kyoto”, por Luiz Gylvan Meira Filho, do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Em sua exposição, Maurício Xavier fez um breve histórico da “evolução do frio”, lembrando que a refrigeração artificial apareceu em 1775, quando William Cullen, em Glasgow, procedeu à evaporação de éter etílico. Já em 1859, com Ferdinand Carré, surgiu o primeiro sistema de refrigeração por absorção utilizando a amônia. Outras substâncias introduzidas na refrigeração, nessa época, foram o dióxido de carbono e o cloreto de metileno, que porém possuíam alta toxicidade, gerando casos de fatalidade.

Já a partir da década de 30, conforme Xavier, foram introduzidos os “halogenados” (CFCs - clorofluorcarbonetos e HCFCs - hidroclorofluorcarbonetos), que mais tarde ficaram notabilizados como gases destruidores da camada de ozônio na atmosfera superior. Os HFCs - hidrofluorcarbonetos, que surgiram na década de 90, como substitutos dos CFCs, embora não danifiquem a camada de ozônio, levam ao aquecimento global.

Quanto às tendências futuras, no que se refere ao mercado de fluídos refrigerantes, Xavier é de opinião que, a curto prazo, o que ocorrerá é a utilização, ainda, de HFCs em equipamentos novos, a substituição de CFCs por misturas de HCFCs com HFCs e a continuidade do uso de amônia.

Porém, prevê que a longo prazo, com base em pesquisas realizadas atualmente, novas tecnologias, sem compressão, e novos fluidos com reduzido potencial de aquecimento global.

Carlos Martins, por sua vez, lembrou a importância de se debater o efeito estufa, ressaltando, entre outros dados, que a projeção da temperatura média da superfície da Terra para o século 21 indica um aumento de 1,4 a 5,8° C, e que a década de 1991 a 2000 foi a mais quente dos últimos mil anos, com destaque para 1998, que foi o ano mais quente do milênio. Recordou que entre os principais gases de efeito estufa, se encontram o dióxido de carbono, o metano, óxido nitroso, os gases refrigerantes CFC-12 e HCFC-22, o perfluormetano e hexafluoreto de enxofre.

Para Martins, opções como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL, favorecem países como o Brasil, que podem computar o que deixou de ser emitido, depois de 2000, como créditos de carbono. Segundo explicou, o Banco Mundial estima que o mercado de créditos de carbono movimentará em países como o Brasil, cerca de US$ 10 bilhões por ano. Informou que os preços de mercado por tonelada de CO2 variam entre 3 e 7 dólares.

Em sua exposição, o engenheiro Victor Pulz Filho informou que, até agosto último, havia um total de 280 projetos de MDL no mundo, sendo 74 apenas no Brasil. Disse que, até meados de setembro, dos projetos em estágio de validação - um estágio mais avançado no processo de análise para certificação -, em exposição para comentários públicos na internet, havia um total de 45 projetos, sendo 7 brasileiros.

Com relação aos projetos registrados, o número total decresce para 19 - incluindo dois do Brasil - , correspondendo a uma estimativa de redução total de dióxido de carbono, de cerca de 6,5 milhões de toneladas por ano.

Luiz Gylvan Meira Filho esclareceu que, apesar dos conflitos na relação entre os protocolos de Montreal e de Kyoto, não há previsão legal de mudanças das regras, pelo menos até 2012, quando termina a primeira etapa de vigência do Protocolo de Kyoto. Explicou que um dos dilemas básicos no cruzamento entre os dois grandes acordos mundiais gira em torno das reações químicas entre os CFCs e o ozônio da camada, que é também um gás de efeito estufa. Desta maneira, à medida que o Protocolo de Montreal for avançando, com a esperada recomposição da camada de ozônio, o efeito estufa tende a piorar.

Fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Mário Senaga)
Fotos: José Jorge

 
 
 
 

 

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