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EUROPA REJEITA ALIMENTOS
TRANSGÊNICOS
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Setembro de 2005
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23/09/2005 - Legislação
mais rigorosa da União Européia para
rotulagem de transgênicos aumentou rejeição
de grandes empresas alimentícias e varejistas
a esses produtos.
Um estudo elaborado
pelo Greenpeace Internacional mostra que 90% dos
maiores varejistas e 73% dos grandes fabricantes
de alimentos e bebidas da União Européia
adotaram uma política de não utilização
de transgênicos em seus negócios no
mercado europeu para atender à nova legislação
européia de rotulagem.
A lei atual, que
obriga a rotulagem de todos os produtos finais que
tenham sido fabricados com ingredientes transgênicos,
entrou em vigor em 2004 e é mais rigorosa
que a anterior. Até 2004, a legislação
obrigava a rotulagem apenas para produtos finais
nos quais os transgênicos pudessem ser detectados.
Com a nova lei, além de testes, as empresas
são obrigadas a realizar todo o rastreamento
da cadeia produtiva de seus produtos.
De acordo com o estudo
do Greenpeace , os resultados expressam claramente
uma rejeição em massa dos ingredientes
transgênicos nas maiores empresas européias
do setor de alimentos e bebidas. A rejeição
européia é um forte argumento comercial
para manter o Brasil como a principal fonte de soja
não transgênica.
“É evidente
que o mercado brasileiro de exportação
de soja só tem a ganhar se mantendo livre
de transgênicos”, afirma Gabriela Vuolo, da
campanha de engenharia genética do Greenpeace.
“Apesar da Lei de Biossegurança aprovada
em março deste ano autorizar a soja transgênica,
não faz nenhum sentido plantar ou produzir
alimentos com soja transgênica”.
Dos 30 fabricantes
de alimentos e bebidas apontados no relatório,
entre os quais estão as 20 maiores companhias
do continente e 10 outros fabricantes que têm
importância significativa nos mercados nacionais
e global, 22 empresas responderam ao Greenpeace
se comprometendo com a não-utilização
de transgênicos em toda a UE, incluindo Nestlé,
Unilever, Coca-Cola, Masterfoods, Heineken, Barilla,
Dr. Oetker, Ferrero, Bonduelle e Kellogg.
O volume de negócios
desses 22 fabricantes chega a 526,3 bilhões
de reais, o que representa 76% das vendas das 30
empresas retratadas no relatório do Greenpeace
e 17% do total de vendas de alimentos e bebidas
na Europa em 2002.
Em relação
aos 30 maiores varejistas da União Européia,
que inclui grupos como Carrefour, Wal-Mart e Casino,
27 deles têm uma política de não
utilização de transgênicos em
toda a UE ou pelo menos em seu mercado principal.
Em 2003, os negócios dessas 27 empresas representaram
91% do total de vendas dos 30 maiores varejistas
europeus.
Algumas empresas
estão exportando a mesma política
para mercados fora da Europa. É o caso do
Carrefour, o maior grupo varejista da UE, que já
implementou a política de não utilização
de transgênicos no Brasil e em outros países
da Ásia e América Latina.
No Brasil, segundo
pesquisa do ISER realizada em julho de 2004, 74%
dos consumidores preferem consumir alimentos não
transgênicos. Essa rejeição
se traduz em resultados diretos para a lista verde
do Guia do Consumidor, que aponta que 65 das 109
empresas listadas garantem produtos sem transgênicos.
“Isso deve servir
de estímulo para que as empresas que adotam
políticas de não utilização
de transgênicos na Europa também o
façam no Brasil”, concluiu Gabriela.
* taxa de câmbio utilizada: Euro 1 = R$ 2,77
(em 20 de setembro de 2005).
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa