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FEBRE MACULOSA EM PIRACICABA:
IBAMA PARTICIPA DE FORÇA-TAREFA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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O Ibama está
acompanhando com atenção as iniciativas
de combate à febre maculosa no município
de Piracicaba/SP. Na última quinta-feira
(22/09), analistas do instituto participaram de
reunião convocada pela prefeitura local para
discutir e coordenar ações de controle
da doença, em conjunto com representantes
de órgãos da saúde e de instituições
de pesquisa.
Entre as resoluções,
apoiada pela maioria dos presentes, está
a de que a população deve ser informada
corretamente. Nos últimos meses, declarações
precipitadas vêm causando comoção
nos piracicabanos, que começam a exigir medidas
nem sempre cabíveis para a solução
do problema.
“Não há
motivo para pânico”, esclareceu o secretário
municipal de saúde, Fernando Cárdenas.
Segundo ele, os estoques de antibióticos
para tratar a doença estão atualizados,
não havendo risco de faltar medicamento.
A febre maculosa
é perfeitamente tratável, desde que
diagnosticada precocemente. Cárdenas informou
também que as principais medidas de combate
à doença já estão sendo
tomadas. O sistema de saúde local está
alerta para realizar o diagnóstico e o tratamento.
As zonas de maior incidência do carrapato-estrela
(vetor da bactéria que causa a febre maculosa)
já foram identificadas e estão sendo
sinalizadas.
Um folder de orientação
à população já está
sendo distribuído. Além disso, a prefeitura
começará a realizar capinas em áreas
infestadas pelo carrapato e a cadastrar os proprietários
de cavalos, animais que também hospedam e
disseminam o aracnídeo.
Capivaras - A reunião
serviu também para esclarecer o papel do
Ibama com relação ao controle da população
de capivaras na Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, a Esalq/USP, que tem um campus na cidade.
Em decorrência
do desequilíbrio ambiental promovido ao longo
dos anos na região e também no campus,
o número de capivaras aumentou muito. E por
serem hospedeiras de carrapatos, as capivaras vem
sendo ostensivamente culpabilizadas pela transmissão
da febre maculosa.
Decorre, daí,
uma campanha sistemática pela retirada e
abate desses roedores, medida que, além de
ilegal, pode não surtir os efeitos desejados.
Já se sabe que a retirada de capivaras estimula
a vinda de novos grupos e, em algumas situações,
a população pode até aumentar.
“O Ibama já
concedeu a licença necessária para
a captura e o abate de capivaras de uma das áreas
da Esalq, conforme o plano de manejo apresentado
pelos pesquisadores da instituição”,
explicou a chefe da Divisão de Fauna do Ibama
em SP, a bióloga Cristiane Leonel.
Esse abate, contudo,
não deve ser feito de forma indiscriminada,
esclarece Leonel, uma vez que todos os indivíduos
sacrificados devem estar vinculados a pesquisas.
“Estamos autorizando o abate desses animais com
o compromisso da Esalq de realizar pesquisas que
apontem ou neguem a vinculação da
capivara com a doença, expliquem os mecanismos
de interação entre os carrapatos e
esses mamíferos e ainda forneçam elementos
para melhor compreensão da dinâmica
dessas populações de roedores”. A
bióloga explicou também aos representantes
da Esalq que as carcaças dos animais abatidos
não podem ser comercializadas ou fornecidas
para consumo.
A expectativa agora
é de que a retirada dessas capivaras - estimadas
em 100 pela Esalq – em conjunto com a adoção
de outras medidas como pulverização
da área e de animais com carrapaticidas,
diminua o número de carrapatos e tranqüilize
freqüentadores do campus. Todavia, os presentes
à reunião foram informados de que
essas medidas são paliativas. A solução
efetiva depende da readequação ambiental,
o que inclui a recuperação de matas
ciliares na bacia do rio Piracicaba.
A febre maculosa
- A febre maculosa é uma doença aguda,
causada pela bactéria Rickettsia rickettsii
e é transmitida ao homem pela picada do carrapato-estrela
contaminado. Se não for tratada, a doença
pode matar. Os principais sintomas da doença
são:
- febre, que aparece
entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato
- dor no corpo
- dor de cabeça
- manchas avermelhadas, que aparecem inicialmente
nas plantas dos pés, tornozelos, pulsos e
palmas das mãos
- inchaço
- olhos irritados
- tosse
Na presença
desses sintomas, procurar o serviço médico.
É importante informar ao médico se
você teve contato com carrapatos ou se visitou
recentemente áreas infestadas. Caso encontre
algum carrapato em seu corpo, retire-o torcendo
levemente. Nunca esmague os carrapatos com as unhas,
pois se ele estiver infectado as bactérias
podem penetrar em seu corpo através de pequenos
ferimentos.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Airton De Grande)