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ÚLTIMA AUDIÊNCIA
PARA DISCUTIR GESTÃO DE FLORESTAS,
DOIS RELATORES JÁ SÃO FAVORÁVEIS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) - Brasil
Setembro de 2005
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19/09/2005 – A última
audiência pública para debater o Projeto
de Lei de Gestão de Florestas Públicas
(PL 62/2005) vai acontecer amanhã (20), no
Senado. Vão participar da reunião
as três comissões envolvidas: Assuntos
Econômicos (CAE), Constituição
e Justiça (CCJ) e Meio Ambiente (CMA). No
mesmo dia, o PL será também o primeiro
item das votações na CAE.
Segundo o relator
da Comissão de Assuntos Econômicos,
senador Jefferson Perez (PDT-AM), não há
riscos de não cumprir o prazo de urgência
de 45 dias – tempo definido no Senado para a aprovação
do projeto. "Aconteceram várias audiências
públicas para a elaboração
do projeto e os deputados, inclusive de oposição,
apresentarem dezenas de emendas e várias
foram acatadas, mostrando que o governo não
fechou a questão", afirmou ele. "Meu
parecer é favorável."
Também favorável,
a relatora da Comissão de Meio Ambiente,
senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA), indica
algumas preocupações. "O governo
conseguirá seguir com o projeto se garantir
recursos e instrumentos aos funcionários
do Ibama e do Serviço Florestal para que
possam realizar a fiscalização",
pontuou ela.
"Continuo tendo
preocupação com a fiscalização",
comentou Jefferson Perez. "Mas é um
risco que temos que correr. Se o governo não
equipar o novo órgão que vai ser criado
[Serviço Florestal] com recursos humanos
e materiais para uma fiscalização
efetiva, pode haver uma exploração
predatória."
Ana Júlia
Carepa apontou a necessidade da participação
do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA) para determinar a região onde a concessão
será feita. "É preciso pensar
nessa divisão das terras de acordo com a
política de reforma agrária e limitar
o tamanho da terra para cada concessão."
Ela avaliou ainda
que o PL pode diminuir a grilagem e os conflitos
de terra. "Esse projeto pode não ser
a perfeição, mas ele é uma
saída concreta de manter as florestas públicas
e de diminuir a pressão do desmatamento das
florestas", diz Carepa. "Sabemos que o
maior perigo para a Amazônia é a falta
de possibilidades de economia para as comunidades,
empobrecidas, que são vítimas de grileiros,
do agronegócio. Se não há alternativa,
o risco é que essas populações
saiam de lá em busca da sobrevivência",
explicou Perez.
O Projeto de Lei
de Gestão de Florestas Públicas regulariza
o uso sustentável das florestas públicas
brasileiras e cria o Serviço Florestal Brasileiro
(SFB) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
(FNDF).
O monitoramento e
a fiscalização das concessões
contará com três frentes. O Ibama fará
a fiscalização ambiental da implementação
do plano de manejo florestal sustentável.
O Serviço Florestal Brasileiro fará
a fiscalização do cumprimento dos
contratos de concessão. E, em terceiro, será
obrigatória uma auditoria independente das
práticas florestais, no mínimo, a
cada três anos.
Se houver consenso
sobre o PL, a proposta será posta como prioridade
na pauta de votação do Plenário
já na primeira semana de outubro.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Danielle Coimbra