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CHEFE DO PREVFOGO DEFENDE
EDUCAÇÃO PREVENTIVA PARA COMBATER
INCÊNDIOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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(28/09/05) - O chefe
do Centro Nacional de Prevenção e
Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama),
Heloíso Figueiredo, disse nesta quarta-feira
(28/09) que os governos federal, estaduais e municipais
devem investir forte no trabalho de educação
dos produtores rurais, como forma de evitar os incêndios
florestais. “Apenas duas coisas acabam integralmente
com os incêndios: chuva e prevenção.
Como a primeira é uma incógnita, devemos
apostar na segunda”, afirmou Figueiredo.
Segundo o Heloíso,
nesse rumo o Poder Público deve buscar a
parceria de seus órgãos e empresas
com sindicatos e associações rurais,
ongs, entre outros, para ensinar aos produtores
novas técnicas de adubar a terra ou se livrar
de roçados que não a queima. “A Embrapa
tem muito a oferecer nesse sentido”, diz. “Há
dois tipos de produtores rurais, pequeno e grande.
Os que praticam a agricultura familiar formam a
grande maioria, justamente a mais desinformada,
carente de tecnologia e a que em geral provoca os
incêndios”. Conforme Heloíso, o grande
produtor, que derruba extensões maiores de
floresta para plantar, não usa como adubo
o fogo, pois conhece a precariedade do método,
e possui equipamentos e máquinas para limpar
o terreno.
Heloíso defende
ainda, como forma de impedir ou reduzir os incêndios,
a abertura de linhas de financiamento, a juros baixos,
que possibilitem a progressiva mecanização
do campo, sobretudo dos pequenos agricultores, em
paralelo à substituição de
técnicas de manejo superadas, como a queima,
hoje proibida em qualquer época no Rio Grande
do Sul. “Para uma mudança cultural, precisamos,
além do monitoramento e da fiscalização,
investir cada vez mais em educação
e tecnologia”, disse Heloíso.
Causas
– Há 30 anos, no final dos anos 70, não
havia grandes incêndios na Amazônia,
apesar da presença centenária dos
índios e do fato de utilizarem o fogo na
engenharia de fossas e coivaras. Os incêndios
florestais começaram com a ocupação
do noroeste do Brasil, Mato Grosso, Rondônia.
Os assentamentos da reforma agrária e o agronegócio
mudaram radicalmente o povoamento e o manejo da
região. A introdução da atividade
agropecuária, com queima temerária
para plantio e consumo de roçados, e a construção
da rodovia BR-364 e outras estradas descaracterizaram
o ambiente, roubando a umidade natural da floresta
e potencializando ainda mais o risco de incêndios,
que, na prática, só se extinguem para
valer com chuva grossa.
De 2001 a 2004 os
satélites do Inpe constataram 1000 focos
de calor por ano no Acre. A inconstância do
clima (há dois meses não chove no
Acre) combinada com a piromania no manejo agrícola
e a evaporação da umidade natural
da Amazônia quadruplicou aqueles focos anuais
de calor em 2005, que até o final do ano
devem chegar a 5000.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Rubens Amador)