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ESTUDOS MOSTRAM DEGRADAÇÃO
DE APPs
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
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28/09/2005 - Levantamento
do Ministério do Meio Ambiente feito com
base em 14 estudos realizados em diferentes locais
do País mostra que mais de 40% das Áreas
de Preservação Permanente (APPs) estão
degradadas nessas regiões. O trabalho foi
apresentado nessa terça-feira (27) pelo diretor
do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente),
Nilo Diniz, durante reunião pública
sobre a regulamentação do uso dessas
áreas, em Belém (PA).
As APPs são áreas protegidas pela
legislação federal como margens de
rios e lagos (naturais ou artificiais), nascentes
e olhos d´água, veredas, topos de morros,
áreas indígenas, regiões muito
inclinadas, manguezais e dunas.
As pesquisas realizadas por universidades federais
e estaduais abrangeram pouco mais de 2,7 mil quilômetros
quadrados em municípios do Espírito
Santo, Minas Gerais, Paraná, São Paulo,
Tocantins, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Os estudos mostraram que cerca de 21% da área
estudada é de preservação permanente.
No entanto, 43% dessas APPs já estão
degradadas, principalmente por atividades ligadas
à agropecuária (tabela abaixo). "A
realidade nessas áreas é muito negativa
do ponto de vista da preservação das
APPS", disse Diniz.
Se esses dados fossem projetados para os 8,5 milhões
de quilômetros quadrados do País, significaria
que quase dois milhões de quilômetros
quadrados do território nacional estariam
em Áreas de Preservação Permanente,
mais do que a área do estado do Amazonas.
Essa perspectiva, conforme o diretor do Conama,
demonstra a dimensão geográfica e
a importância do debate sobre o uso das APPs.
O encontro promovido pelo Conama em Belém
foi o segundo de cinco reuniões públicas
regionais para apresentação da proposta
de resolução que definirá situações
de utilidade pública, interesse social ou
de baixo impacto para retirada de vegetação
em APPs. A primeira reunião aconteceu em
Porto Alegre (23). A próxima será
em Belo Horizonte (3 de outubro), seguida por Recife
(7/10) e Goiânia (10/10).
De acordo com Nilo,
o Conselho não pode se furtar a debater a
situação em que se encontram as APPs.
"É necessário estabelecer uma
norma nacional que defina a excepcionalidade da
matéria", disse. Segundo ele, o Conama
soube receber as reações contrárias
à resolução e entender as manifestações
da sociedade. "As reuniões darão
mais espaço para qualificar o debate",
completou.
O diretor do Conama informou que, após a
aprovação da resolução,
o Conama e o Ministério do Meio Ambiente
realizarão um seminário nacional para
discutir a recuperação e a recomposição
das áreas de reserva legal e das Áreas
de Preservação Permanente. "O
Conselho dará seqüência ao debate,
tratando de silvicultura, agricultura e pecuária,
que ficaram de fora do debate atual. Não
basta regulamentar a excepcionalidade de interesse
público, social e de utilidade pública,
mas também é preciso incentivar o
produtor rural a recuperar sua reserva legal",
enfatizou.
|
Local
do estudo |
Instituição |
Área
de estudo (km2) |
%
APP em média ponderada |
%
APP degradada em média |
Uso |
1 |
Vacacaí-Mirim/RS |
UFSM |
30 |
12 |
13 |
Agricultura |
2 |
Rio Cadeia/Feitoria/RS |
UFRGS |
897 |
8 |
37 |
Pastagens e agricultura |
3 |
Atalanta/SC |
UFSC |
94 |
28 |
45 |
Pastagens |
4 |
Londrina/PR |
UEL |
154 |
14 |
25 |
População baixa renda |
5 |
Córrego do Paraíso, Viçosa/MG |
UFV |
2 |
52 |
34 |
|
6 |
Localidade de Sirigite/MG |
UFV |
2 |
35 |
51 |
Pastagens e agricultura |
7 |
Bocaina de Minas/MG |
UFLA |
498 |
26 |
46 |
Pastagem |
8 |
Ribeirão Santa Cruz, Lavras/MG |
UFLA |
87 |
18 |
58 |
Pastagens e agricultura |
9 |
Sto. Antônio do Pinhal/SP |
Unitau |
138 |
45 |
35 |
Pastagens e espécies exóticas
em área urbana |
10 |
São Sebastião/SP |
Unesp |
388 |
26 |
8 |
|
11 |
Rio Alegre/ES |
UFV |
208 |
46 |
78 |
Pastagens e agricultura |
12 |
Vila Velha/ES |
Esesfa |
219 |
23 |
77
|
|
13 |
Córrego Santa Bárbara, Palmas/TO |
UFT/Unitins |
32 |
16 |
28 |
Pastagens e agricultura |
14 |
Ribeirão dos Marins/SP |
Esalq/USP |
22 |
41 |
80 |
Pastagem |
|
|
|
2.771 |
21% |
43,9%
|
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Fonte:
Conama |
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom