|
IRMÃO DE DOROTHY
STANG DIZ QUE MINISTRO DEFENDE QUE PF CONTINUE
INVESTIGANDO O CRIME
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
|
 |
27/09/2005 - O irmão
da missionária norte-americana Dorothy Stang,
assassinada em fevereiro em Anapu, no Pará,
David Stang, esteve reunido hoje (27) com o ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
David Stang chefia uma comitiva de 11 pessoas e
disse ter achado positiva a reunião, uma
vez que o ministro concordou com a continuidade
das investigações da Polícia
Federal em busca de outros mandantes do crime.
O advogado da família,
Brent N. Rushforth, disse que Thomaz Bastos avalia
que o julgamento dos envolvidos no assassinato de
Dorothy deve acontecer em Belém, e não
em Altamira ou Pacajá. "Falamos especificamente
a respeito do caso continuar lá em Belém",
disse. A família da missionária reivindica
que o júri ocorra em Belém para evitar
conflitos na região de Anapu.
Segundo o advogado,
Thomaz Bastos também concorda que os cinco
acusados pelo assassinato devem ser julgados em
conjunto. "Ele disse ainda que isso, em algum
sentido, depende da defesa porque se eles (os cinco
acusados) continuarem a recorrer, os dois pistoleiros
podem ser julgados este ano e os outros três
somente no ano que vem".
Nesta tarde, a comitiva
terá audiência com a Comissão
de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados
e depois deve se reunir com o presidente do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson
Vidigal, e com o relator do processo, o ministro
Arnaldo Esteves. No dia 8 de junho, o STJ negou
por unanimidade o pedido de federalização
do crime, que deixaria de ser julgado por instâncias
estaduais.
Dorothy Stang tinha
73 anos quando foi assassinada. Era conhecida por
sua luta pela implementação de projetos
de desenvolvimento sustentável e por denunciar
a exploração ilegal de madeira na
região da Amazônia, a grilagem de terra
e a violência contra camponeses da região.
A principal linha de investigação
da polícia é que o assassinato da
missionária foi organizado por um consórcio
de fazendeiros que se sentiam prejudicados com a
atuação dela.
Atualmente, cinco
acusados de envolvimento no assassinato de Dorothy
Stang estão presos em Belém. São
eles os dois pistoleiros, Rayfran das Neves, que
disparou os tiros, e Clodoaldo Batista (Eduardo),
que acompanhava Rayfran no momento do crime; o intermediário
Amair Feijoli da Cunha (Tato) e os dois fazendeiros
acusados de serem os mandantes do crime, Vitalmiro
Bastos de Moura (Bida) e Regivaldo Pereira Galvão.
Os fazendeiros já entraram com pedido de
habeas corpus na Justiça paraense e no Superior
Tribunal de Justiça (STJ) para responderem
o processo em liberdade, mas os dois tribunais negaram
os pedidos.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Benedito Mendonça