|
VITÓRIA, CURITIBA
E PALMAS DEBATEM PLANO NACIONAL DE ÁGUAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2005
|
 |
27/09/2005 - Apresentar
subsídios e identificar aspectos prioritários
de cada uma das regiões hidrográficas
do País para a construção do
Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH)
são objetivos prioritários dos seminários
regionais, realizados durante setembro nas 12 regiões
hidrográficas do País.
Os eventos são organizados pela Secretaria
de Recursos Hídricos do Ministério
do Meio Ambiente, coordenadora da construção
do PNRH, e as comissões executivas regionais
(CER), formadas por 16 representantes dos governos
federal e estaduais instituídas por portaria
ministerial 274/04 (Agenda dos seminários
regionais abaixo)
De 1º de outubro, Dia Interamericano da Água,
ao dia 20, serão realizados os encontros
públicos estaduais, determinados pela portaria
ministerial 268/05, em todas as capitais e no Distrito
Federal.
As discussões têm como norte promover
a melhoria da oferta de água em qualidade
e quantidade, o gerenciamento das demandas, tendo
a água como elemento estruturante para a
implementação de políticas
setoriais. Em dezembro, o PNRH será submetido
ao Conselho Nacional de Recuros Hídricos
(CNRH), resposnável por sua aprovação.
O País inicia, portanto, a Década
da Água (2005-2015) – iniciativa da Organização
das Nações Unidas (ONU), aqui determinada
por decreto do presidente da República -,
com um plano construído, de maneira participativa,
na orientação de uma nova Cultura
das Águas, sob a ótica do desenvolvimento
sustentável e da inclusão social.
O secretário de Recursos Hídricos
do Ministério do Meio Ambiente, João
Bosco Senra, participa da abertura do seminário
da região Hidrográfica Atlântico
Sudeste, em Vitória.
Regiões
Hidrográficas em debate - A Região
Hidrográfica Atlântico Sudeste possui
expressiva relevância nacional devido ao elevado
contingente populacional e importância econômica,
atrelados ao grande e diversificado parque industrial
ali instalado. Localiza-se em uma das mais complexas
e desenvolvidas áreas do País, com
grande potencial de conflitos pelo uso da água,
pois ao mesmo tempo em que apresenta uma das maiores
demandas hídricas nacionais, possui, também
uma das menores disponibilidades relativas.
A região Sudeste é a de maior densidade
demográfica e o maior pólo econômico
e industrial do País. Destaca-se o eixo Rio
- São Paulo que, por sua localização
na zona costeira, exerce influência direta
como pressão desestabilizadora dos ecossistemas
aquáticos.
Associados a isso destacam-se a urbanização
descontrolada, os portos (fontes reais e potenciais
de poluição química), os terminais
petrolíferos, as atividades de cultivo aquático
(incluindo a introdução de espécies
exóticas) e o aporte de águas fluviais
contendo fertilizantes e agrotóxicos. Três
compartimentos podem ser considerados como extremamente
perturbados: a baia de Santos, a baia da Guanabara
e a de Vitória. Outros se encontram em nível
crescente de impacto.
A demandas urbana e industrial respondem respectivamente
por 41% e 15% do total da região hidrográfica,
sendo mais expressivas nas unidades do Paraíba
do Sul, Doce e Litoral do Rio de Janeiro. As principais
atividades industriais são a siderurgia,
alimentícia e aeronáutica. A área
irrigada estimada representa cerca de 8,1% da área
irrigada do País e a demanda é estimada
em 33% do total da Região Hidrográfica.
Em função das características
demográficas e econômicas, a região
apresenta elevada demanda de água (10% do
total nacional). As principais demandas na região
são a urbana/rural e industrial, que representam,
respectivamente, 18,8% e 12,5% da demanda nacional.
A relação entre a demanda e a disponibilidade
evidencia o comprometimento dos recursos hídricos
das unidades hidrográficas do Litoral de
São Paulo e do Rio de Janeiro, onde a relação
demanda/disponibilidade alcança 102% e 109%,
respectivamente.
A Região Hidrográfica do Paraná
apresenta grande importância no contexto nacional,
pois possui o maior desenvolvimento econômico
do País e 32% da população
brasileira. Possui uma área de 879.860 km²
(10% do território nacional) e abrange os
estados de São Paulo (25% da região),
Paraná (21%), Mato Grosso do Sul (20%), Minas
Gerais (18%), Goiás (14%), Santa Catarina
(1,5%) e Distrito Federal (0,5%). A vazão
média da região corresponde a 6,4%
do total do País.
Entre os principais formadores do rio Paraná
destacam-se o rio Grande, que nasce na Serra da
Mantiqueira e corre ao longo de 1.300 km no sentido
leste-oeste, e o rio Paranaíba, que é
formado por muitos afluentes, dos quais o mais setentrional
é o São Bartolomeu, nas proximidades
de Brasília.
O rio Paraná possui uma extensão de
2.570 km até sua foz, que somados aos 1.170
km do próprio rio Paranaíba, seu afluente
principal, totalizam 3.1000 km, sendo o terceiro
rio mais extenso das Américas. A Região
Hidrográfica do Paraná é subdividida
em seis unidades hidrográficas: Grande, Iguaçu,
Paranaíba, Paranapanema, Paraná e
Tietê. A Região Hidrográfica
apresenta vazão média correspondente
a 6,5% do total do País.
A região possui a maior capacidade instalada
de energia do País (59,3% do total nacional),
assim como a maior demanda (75% do consumo nacional).
Existem 176 usinas hidrelétricas na região,
com destaque para Itaipu, Furnas, Porto Primavera
e Marimbondo. Não existe disponibilidade
de novos aproveitamentos hidrelétricos de
grande porte nos rios principais, ocorrendo atualmente
uma tendência de desenvolvimento de projetos
de pequenas centrais hidrelétricas em rios
de menor porte.
A demanda total de água corresponde a 27,1%
da demanda do País, sendo do total regional
destinados 33% para irrigação, 32%
para abastecimento urbano, 25% para indústrias,
6% para dessedentação de animais e
4% para abastecimento rural. A unidade hidrográfica
do Tietê apresenta as maiores demandas para
consumo urbano, rural e industrial e o maior comprometimento
em termos da relação demanda/disponibilidade
(119,63 %). A maior demanda de irrigação
ocorre na unidade hidrográfica do rio Grande.
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia
possui uma área de 967.059 km² (11%
do território nacional) e abrange os estados
de Goiás (26,8%), Tocantins (34,2%), Pará
(20,8%), Maranhão (3,8%), Mato Grosso (14,3%)
e o Distrito Federal (0,1%). Grande parte situa-se
na região Centro-Oeste, desde as nascentes
dos rios Araguaia e Tocantins até a sua confluência,
daí para jusante adentra na Região
Norte até a sua foz.
O principal tributário do rio Tocantins é
o rio Araguaia com 2.600 km de extensão,
onde se encontra a Ilha do Bananal, a maior ilha
fluvial do mundo (350 km de comprimento e 80 km
de largura). Após a confluência com
o rio Araguaia destaca-se o rio Itacaúnas
pela margem esquerda. A extensão total do
rio Tocantins é de 1.960 km, sendo sua foz
na Baía de Marajó, onde também
deságuam os rios Pará e Guamá.
A Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia
apresenta uma vazão média de 15.432,54
m ³/s que corresponde a 9,6 % do total do País.
A região formada pelas bacias dos rios Tocantins
e Araguaia corresponde ao denominado Eixo Araguaia-Tocantins,
que prevê a implantação de uma
série de obras de infra-estrutura, dentre
as quais a expansão da malha viária
e implantação de hidrovia. Vale ressaltar
que o estabelecimento destas obras deve passar por
um amplo processo de discussão, objetivando
ampliar diálogo com a sociedade a fim de
buscar consensos a partir de diferentes olhares.
Sua área de influência envolve algumas
das principais regiões produtoras de grãos
e pecuária.
O grande potencial hidrelétrico da região
e sua localização frente aos consumidores
da Região Nordeste, tornam a Região
Hidrográfica do Tocantins-Araguaia prioritária
para a implantação de aproveitamentos
hidrelétricos. Entre as 28 centrais hidrelétricas
instaladas destaca-se a UHE Tucuruí, localizada
no baixo Tocantins, que é responsável
pelo abastecimento de energia elétrica de
96 % do estado do Pará e 99 % do Maranhão.
Além da agricultura e geração
de energia a região apresenta expressiva
reserva de minérios, merecendo destaque o
Complexo Mineral de Carajás, que atualmente
representa o maior complexo de explotação
mineral do País.
Fonte: Ministério do Meio
Ambiente (www.mma.gov.br)
Ascom/SRH