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CRÉDITO CARBONO:
SAIBA QUEM PODE CANDIDATAR-SE A RECEBER
FINANCIAMENTO
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Outubro de 2005
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07/10/2005 - Em
princípio, qualquer empresa que de alguma
forma desenvolva projetos que promovam a redução
da emissão de gases causadores do efeito
estufa pode se habilitar a negociar créditos
de carbono, inscrevendo-se no pregão da Bolsa
de Valores do Rio de Janeiro. Essas empresas repassarão
as chamadas "Reduções Certificadas
de Emissões" aos seus novos "sócios",
ou financiadores.
Aterros sanitários
são um dos exemplos mais claros deste processo.
O engenheiro Emilio La Rovere explica que, nesse
caso, o projeto pode prever o uso do biogás
formado a partir do lixo. "Gera-se metano (CH4),
que, no final do aterro, em sua profundidade, na
falta de oxigênio, provoca o processo chamado
de digestão anaeróbica no lixo. Isso
gera o biogás, mais da metade do qual é
o gás metano, que é um gás
poderoso como indutor do processo do efeito estufa",
diz ele.
O aproveitamento
desse gás é que habilita esse tipo
de projeto a emitir créditos de carbono.
"O projeto que consiga capturar e queimar esse
metano, por meio de uma rede de tubulações,
gerando, por exemplo, energia elétrica, pode
evitar a emissão de metano para a atmosfera",
exemplifica La Rovere, que dirige o Programa de
Planejamento Energético na Coordenação
dos Programas de Pós-graduação
de Engenharia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (Coope/UFRJ).
As indústrias
siderúrgicas, usinas de álcool e pequenas
centrais hidrelétricas também são
exemplo: no caso da primeira, o coque, ou carvão
mineral (combustível fóssil altamente
emissor de gás carbônico - CO²)
poderia ser trocado pelo carvão vegetal.
Já as outras duas, além de produzirem
energia mais limpa utilizam, teoricamente, muito
menos ou nenhum combustível de origem fóssil.
Já validado
pelos órgãos competentes, o projeto
de co-geração com bagaço de
cana-de-açúcar da empresa Santa Cândida
é um outro exemplo. As informações
constam da página do Ministério de
Ciência & Tecnologia na internet e indicam
que, ao certificar o projeto, a Det Norske Certification
(DNV Certification) afirma que o projeto da Santa
Cândida atende a todos os requerimentos relevantes
da unidade de certificação de MDL
(Mecanismo de Desenvolvimento Limpo).
O projeto começou
a operação em junho de 2002 e envolve
a melhora da eficiência energética
e o aumento da capacidade de co-geração
da usina de açúcar Santa Cândida,
localizada em Bocaína (SP). O objetivo do
projeto é evitar a emissão de 69.041
toneladas de CO² na atmosfera, durante o primeiro
período de crédito, que é de
sete anos - média anual de redução
de 9.863 toneladas de CO² e equivalentes.
Para atingir esse
objetivo, o projeto prevê basicamente o aumento
da eficiência e da capacidade de geração
de energia a partir do bagaço da cana, com
a instalação de caldeiras de alta
pressão e de um gerador adicional de 27 megawatts
(MW) de capacidade.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Nielmar Oliveira