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CRIAÇÃO DA
RESERVA DO RIO UNINI, NO AMAZONAS, DEVE
SER CONCLUÍDA ATÉ O FIM DO
ANO
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Outubro de 2005
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01/10/2005 - A criação
da Reserva Extrativista (Resex) do rio Unini, em
processo de formalização, é
um dos resultados tardios da parceria entre o Subprograma
Projetos Demonstrativos (PDA) e a Fundação
Vitória Amazônica (FVA). "Não
é fruto exclusivo desse apoio, mas o PDA
também fez parte dessa história",
esclareceu Ana Cristina de Oliveira, coordenadora-executiva
adjunta da fundação, em entrevista
ao programa Ponto de Encontro, da Rádio Nacional
da Amazônia.
Entre março
de 2000 e março de 2003, o PDA investiu R$
240 mil em apoio a ações da Fundação
Vitória Amazônica no Parque Nacional
do Jaú e seus arredores, em Barcelos e Novo
Airão, no Amazonas. Em 2002, lideranças
de oito comunidades do rio Unini e de duas comunidades
do rio Jaú, que vivem irregularmente dentro
do parque, criaram a Associação de
Moradores do rio Unini (Amoru), em parte incentivadas
pelos cursos de capacitação financiados
pelo PDA. Em 15 de maio deste ano, motivado por
um pedido da Amoru, o Centro Nacional de Populações
Tradicionais (CNPT), o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) realizou uma consulta pública na
região, na qual cerca de 300 pessoas decidiram
pela criação da Resex do rio Unini.
O Parque Nacional
do Jaú é uma unidade de proteção
integral (na qual não pode haver moradores),
criada em 1980, com 2,27 milhões de hectares.
A área de 870 mil hectares que será
destinada à criação da Resex
do Rio Unini fica ao lado do parque e é vista
pelos moradores e pelo Ibama como o local ideal
para reassentar as 272 famílias que ainda
vivem nele. Em entrevista à Agência
Brasil, no dia 31 de agosto, o coordenador estadual
do CNPT, Leonardo Pacheco, informou que o processo
de criação da reserva deve ser concluído
até o fim do ano.
A Fundação
Vitória Amazônica é uma organização
não-governamental conservacionista brasileira
que atua na bacia do Rio Negro, no Amazonas. Foi
fundada em 11000 e passou a atuar no Parque Nacional
do Jaú em 1992. Segundo Ana Cristina, o recurso
recebido do PDA também contribuiu para que
49 professores da zona rural de Barcelos participassem
de oficinas de educação ambiental.
"O nosso foco era discutir com eles como poderiam,
no seu dia-a-dia, trabalhar a questão ambiental
na sala de aula, principalmente porque a maioria
desses professores morava e lecionava dentro do
parque", contou. "Os cursos contavam com
o apoio da Secretaria Municipal de Educação
de Barcelos, mas a participação neles
não era obrigatória. Mesmo assim,
começamos com pouco mais de 20 pessoas e
terminamos o projeto com 49 professores capacitados
e duas cartilhas impressas", contou.
Ana Cristina citou
também o fortalecimento institucional da
Associação de Artesãos de Novo
Airão como outro objetivo atingido pelo projeto
PDA. "São 45 associados, a maioria mulheres,
que sobrevivem graças à venda do artesanato
de arumã (fibra vegetal amazônica presente
em áreas alagadas). A gente ofereceu consultorias
em gestão e também trabalhou o manejo
do arumã, ensinou a mapear o local de coleta
de modo que fosse possível alternar as áreas
de corte sem acabar com a matéria-prima",
explicou.
O
PDA faz parte do Programa Piloto para Proteção
das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), financiado
pela cooperação internacional e coordenado
pelo Ministério do Meio Ambiente. Nos seus
15 anos de existência, além do PDA/PPG7,
a Fundação Vitória Amazônica
recebeu ajuda, entre outros, da Fundação
Ford, do Fundo Nacional de Biodiversidade (Funbio),
do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil), do
governo da Áustria e da União Européia.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi