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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL APROXIMOU ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE, DIZ ANTROPÓLOGA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) - Brasil
Outubro de 2005

07/10/2005 - "Desenvolvimento Sustentável": este foi o tema de mais um curso da Secretaria do Meio Ambiente do Estado - SMA, realizado na quinta-feira (6/10) no Parque Dr. Fernando Costa, na Zona Oeste da Capital, destinado a representantes de organizações não-governamentais, educadores e estudantes. O evento faz parte do Ciclo de Cursos de Educação Ambiental, organizado pelo Departamento de Educação Ambiental da Coordenadoria de Planejamento Estratégico e Educação Ambiental - CPLEA, da SMA.
O curso foi aberto pela antropóloga e coordenadora de formação da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Lideranças - ABDL, Clarissa Magalhães, que falou sobre desenvolvimento sustentável e suas implicações, considerados intrigantes e complexos por uma parte da população. "Por um lado, isso é bom porque o conceito é aberto mesmo e vai sendo construído coletiva e democraticamente. Por outro, é ruim porque, por não ter uma definição mais precisa, vai sendo apropriado por diversos discursos e assume conotações muito diferentes entre si”, ponderou.

Clarissa lembrou que o termo desenvolvimento sustentável foi utilizado pela primeira vez, em 1987, pela primeira-ministra da Noruega, Gro Bruntland, então presidente da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU - Organização
José Jorge
das Nações Unidas, no relatório "Nosso Futuro Comum". O relatório definia o desenvolvimento sustentável “como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades".
Segundo a palestrante, não propõe uma nova ideologia, um novo modelo socioeconômico ou trabalhar conflitos, mas construir uma idéia baseada no princípio de que, se continuarmos utilizando irresponsavelmente os recursos naturais, o mundo se acabará para todos. Ou seja: alia o modelo econômico social que vivemos (urbanização, industrialização, lógica de mercado etc.) a uma responsabilidade ambiental.
"Este novo conceito aproximou a economia do meio ambiente, pois, até então, a visão hegemônica era de que se tratavam de questões independentes, na medida em que a vertente ambiental, nas análises sobre desenvolvimento econômico, incorporava apenas as variáveis sociais como educação, distribuição de renda, condições de trabalho e outras, sem se referir à produção de insumos”, esclareceu.
José Jorge
Na leitura da antropóloga, o desenvolvimento sustentável propõe que tenhamos uma visão sistêmica e que utilizemos as tecnologias de informação e comunicação para avançar nas discussões sobre grandes questões que afetam a Terra. Evocou a ECO 92, realizada no Rio de Janeiro, onde, pela primeira vez, nações, povos, governos e organizações da sociedade civil, puderam debater desenvolvimento e meio ambiente de maneira global e mencionando a Agenda 21 como uma espécie de planejamento para o desenvolvimento sustentável, o qual pode e deve ser feito nas esferas global, regional e local, de maneira mais ou menos livre, obedecendo as particularidades de cada grupo envolvido.
Para a palestrante, as ONGs têm um papel proeminente na implementação dessas iniciativas, contribuindo para a conservação de bens comuns da humanidade,
preparando pessoas e organizações para desenvolver iniciativas efetivas e articuladas em nível global num contexto de diversidade setorial e disciplinar. "Trabalhar com o desenvolvimento sustentável significa envolvimento e participação da sociedade, aprofundamento do diálogo entre as diversas partes interessadas sobre cada questão, buscar resolver ou diminuir conflitos e construir coletivamente consensos", explicou.
E complementou: "A ABDL trabalha valores, conceitos e instrumentos que apóiem os participantes e suas instituições, transformando-os em protagonistas na busca de um mundo mais sustentável, baseando-se em três linhas de atuação que contemplam capacitação, comunicação e mobilização, os quais estão inseridos nos programas de 'Redesenvolvimento', voltado ao desenvolvimento de redes sociais, e 'Participativo', que enfoca processos participativos de planejamento e gestão, entre outros."
O conceito de desenvolvimento sustentável, tão utilizado no mundo contemporâneo para designar o crescimento econômico com preocupações ambientais, ganha contornos também solidários na defesa de Sylvia Leser de Mello, filósofa, especialista pela École des Hautes Études en Sciences Sociales - EHESS, de Paris, França, livre-docente pela Universidade São Paulo - USP e coordenadora do Conselho Deliberativo do Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão de Economia Solidária - NESOL, conhecido como Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, da USP, que fundamenta a defesa da ecologia em idéias de consumo e economia solidária.
O programa de incubação, baseado em cursos cooperativos de 20 horas semanais, é destinado a grupos populares de pescadores, agricultores e artesãos, envolvendo também a população urbana carente. A atividade conta com o apoio de 40 alunos bolsistas da USP e propõe abrigar os participantes até que adquiram a consciência do valor do seu próprio trabalho e conseqüente autonomia.
Segundo Sylvia, o valor central da economia solidária é o trabalho, o saber e a criatividade humanos e não a acumulação privada da riqueza. Esse valor é inspirado em práticas culturais que colocam o ser humano como sujeito e finalidade econômica. Nesse sentido, a economia solidária busca a unidade entre produção e reprodução, evitando a contradição fundamental do sistema capitalista, que desenvolve a produtividade, mas exclui crescentes setores de trabalhadores do acesso aos seus benefícios.
"Nesse contexto, a eficiência não pode limitar-se aos benefícios materiais de um empreendimento, mas se define também como eficiência social, em função da qualidade de vida e da felicidade de seus membros e, ao mesmo tempo, de todo ecossistema", definiu.
A filósofa considera a economia solidária como um poderoso instrumento de combate à exclusão social, pois apresenta alternativa viável de geração de trabalho e renda para a satisfação direta das necessidades de todos, provando que é possível articular organização, produção e reprodução da sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir os valores da sociedade humana.
Para Sylvia, "a economia solidária constitui o fundamento de uma globalização humanizadora do desenvolvimento sustentável, socialmente justo e voltado para a satisfação racional das necessidades de cada um e de todos os cidadãos da Terra, seguindo um caminho intergeracional de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua vida".

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo (www.ambiente.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Wanda Carrilho)
Fotos: José Jorge

 
 
 
 

 

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