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ESPÉCIES INVASORAS:
PREVENIR É O MELHOR CAMINHO, DIZ
MMA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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04/10/2005 - Diante
das espécies invasoras, há três
caminhos, aponta Lídio Coradin, da Secretaria
de Biodiversidade e Florestas do Ministério
do Meio Ambiente (MMA): prevenir, controlar ou erradicar.
"O caminho mais fácil é prevenir.
Fazer com que as pessoas sejam devidamente sensibilizadas
para não introduzirem novas espécies
no meio ambiente sem o devido conhecimento. E se
forem introduzir, consultar os órgãos
adequados", afirma o representante do MMA.
O combate a animais,
plantas e microrganismos que se convertem em pragas
será uma das principais questões tratadas
durante o primeiro 1º Simpósio Brasileiro
sobre Espécies Exóticas Invasoras.
O evento começa hoje (4) e vai até
a próxima sexta-feira (7), na capital nacional.
"O Brasil vai resgatar um compromisso não
apenas com acordos e tratados internacionais que
assinou e notificou, mas também com a própria
sociedade", comenta Coradin. "A entrada
de espécies exóticas no Brasil é
um problema global que requer respostas de outros
níveis. Nós estamos fazendo o possível
para amenizar esse problema."
Durante o simpósio
deve ser apresentado, pela primeira vez, um diagnóstico
das espécies que afetam os sistemas terrestres,
marinhos e de produção, bem como a
saúde humana. O estudo, em fase de conclusão,
foi realizado pelo Projeto de Conservação
e Utilização Sustentável da
Diversidade Biológica Brasileira (Probio/MMA),
em parceria com o Instituto Hórus, o The
Nature Conservancy, o Instituto Oceanográfico
da Universidade de São Paulo (USP), a Universidade
Federal de Viçosa, a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação
Oswaldo Cruz. O ministério informa que investiu
R$ 1000 mil para a realização da pesquisa.
Segundo Coradin,
um estudo realizado nos Estados Unidos, Austrália,
Índia, Reino Unido, África do Sul
e Brasil indicou que mais de 120 mil espécies
invadiram esses seis países nos últimos
anos, e que 480 mil espécies – das quais
30% seriam pragas –, já estão introduzidas
nos diversos ecossistemas da Terra.
O mexilhão-dourado,
originário da Ásia, é um exemplo
de espécie exótica invasora que se
transformou em praga no Brasil, principalmente no
Pantanal mato-grossense. "Ele se distribui
muito rápido por causa das embarcações
que entram e saem na região", explica
o representante do MMA. "É difícil
fiscalizar todos os barcos. Nós teríamos
que pegar barco por barco e pulverizá-los.
Esse é hoje um problema grave, mas não
estamos conseguindo uma forma de solucioná-lo
porque isso tem um impacto econômico muito
forte", diz.
Lídio Coradin
relata que nem sempre é possível evitar
o conflito entre a necessidade de combater as espécies
invasoras e as ações dos agricultores.
"O Ministério do Meio Ambiente vive
quase que num eterno conflito: nós procuramos
sempre manter o meio ambiente o mais sadio possível,
porque nós sabemos que isso representa qualidade
de vida. Mas às vezes a ambição
e o egoísmo não contribuem, e às
vezes tem coisas que as pessoas não fazem
por gosto ou porque vai dar errado, mas porque acham
que é uma solução importante,
que vai gerar um resultado positivo para o país."
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Érica Santana