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INDÍGENAS PRODUZEM
VÍDEO EM GUARANI SOBRE DST/AIDS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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Luz, câmera,
ação. Os indígenas da etnia
Guarani, de Paratimirim em Paraty (RJ), levaram
o lema ao pé da letra. Entre os dias 26 e
29 de setembro, eles realizaram filmagens na aldeia
para produção de um vídeo educativo
sobre prevenção a doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs) e Aids. O vídeo,
falado em guarani com legendas em português,
foi orientado pela Coordenação Regional
da Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) no Rio de Janeiro, em parceria com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal Fluminense
(UFF) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro
(UFRJ).
Os indígenas
participaram de todo o processo de produção.
Além das filmagens, eles definiram o roteiro
e devem participar da edição, programada
para outubro, no Rio de Janeiro. Por iniciativa
dos próprios guarani, o roteiro mostrara
o caminho para o que chamam de armadilha, ou seja,
o caminho que leva à cidade, aos bares e
aos potenciais locais de risco de contrair DST ou
Aids. Para eles, o local mais seguro é a
própria aldeia. Por meio de desenhos feitos
pelos indígenas será mostrada também
a importância do uso da camisinha e a forma
correta de utilizá-la.
A idéia do
vídeo surgiu durante a realização
de oficinas promovidas pela Funasa nas aldeias do
Rio de Janeiro para tratar da prevenção
a DSTs e Aids. A partir das discussões, os
indígenas definiram que o melhor material
educativo para transmissão de informações
sobre o tema seria por meio de vídeos. Decidiu-se,
então, realizar duas produções,
uma voltada para os homens e outra para as mulheres,
considerando-se que elas preferem falar sobre sexualidade
entre elas.
No mesmo período,
foi realizado, também em Paraty, mais um
módulo do processo de formação
educacional de 13 agentes indígenas de saúde
e saneamento que atuam nas aldeias da região,
cujas aulas foram incluídas no vídeo.
Todos são indígenas que solicitaram
à Funasa apoio na conclusão do ensino
fundamental.
O curso, iniciado
em maio do ano passado, está sendo conduzido
com o apoio das mesmas universidades parceiras no
projeto do vídeo sobre DST/Aids, além
da Universidade Federal Fluminense e da Secretaria
Municipal de Educação de Angra dos
Reis.
Para garantir a continuidade
da língua guarani (eles falam bem a língua,
mas não escrevem) as aulas são ministradas
em guarani e em português, com o apoio de
uma lingüista da UFRJ. Professores da secretaria
municipal de Angra dos Reis encarregam-se do reforço
realizado diretamente na aldeia. Todas as matérias
– português, história ou geografia,
entre outras – são ensinadas sempre com enfoque
para a questão da saúde. O projeto
conta com a participação da Escola
Técnica de Saúde e a meta é
que, ao final do curso, os agentes sejam também
capacitados como auxiliares de enfermagem.
Fonte: Funai – Fundação
nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa (Funasa)