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ASSOCIAÇÃO
DE PRODUTORES DO INTERIOR DE RONDÔNIA
EXPORTA PALMITO DE PUPUNHA PARA A FRANÇA
Panorama
Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Outubro de 2005
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08/10/2005 - O beneficiamento
e a venda de produtos agrícolas cultivados
em equilíbrio com a floresta fazem parte
dos objetivos da Associação de Produtores
Alternativos (APA) de Ouro Preto D'Oeste, em Rondônia,
desde sua criação, em 1992. A renda
média mensal dos 250 agricultores associados
é de R$ 800. A produção é
bastante variada, mas os carros-chefe são
o mel e o palmito de pupunha (palmeira amazônica)
produzidos com apoio da APA – este último
é vendido inclusive na França. "Nossa
atividade é sempre preservar a natureza.
Então agroecologia é quando a gente
diversifica a produção, preserva a
natureza e melhora a qualidade de vida do homem
do campo", afirmou o agricultor Edivaldo de
Souza, em entrevista veiculada no programa Ponto
de Encontro, da Rádio Nacional da Amazônia.
Os associados da
APA vivem em seis municípios de Rondônia:
Ouro Preto D'Oeste, Vale do Paraíso, Urupá,
Teixeirópolis, Mirante da Serra e Nova União.
"As propriedades têm a pupunha e a produção
de mel, mas também café, gado, polpa
de frutas regionais - como cupuaçu, açaí
e araçá - e cana-de-açúcar,
para fazer melaço e rapadura", contou
Souza. Ele é um dos seis produtores técnicos
contratados para prestar assessoria aos outros associados.
"Se alguém tem uma necessidade de desenvolver
alguma atividade lá na sua proprieade e pede
ajuda da associação, a gente vai lá
com aquilo que tem, com a prática mesmo.
Aquilo que a gente aprendeu no dia-a-dia vai levar
para esse produtor, vai compartilhar com ele",
explicou.
A APA compra a produção
de pupunha dos associados e industrializa 45 toneladas
de palmito por ano, em média. A produção
é vendida para supermercados e representantes
comerciais do Rio de Janeiro, São Paulo e
Fortaleza e para redes de comércio justo
na França. "O mercado para os produtos
ecológicos está em ascensão.
A gente trabalha na perspectiva do mercado justo,
mas ainda lida com o mercado convencional. Preferimos
não lidar com grandes distribuidores e temos
dificuldades em entrar em grandes redes de supermercados.
Temos trabalhado com pequenas distribuidoras, pequenas
lojas e venda direta", comentou Lindomar Ventura
dos Santos, gerente comercial e de projetos da APA.
"Tudo depende muito da nossa organização.
Hoje a gente participa de uma articulação
nacional de produtores no comércio justo
e isso tem dado resultados em termos de negociações
com o mercado interno e externo. Nós também
temos que batalhar para a criação
de um mercado diferenciado", completou.
A produção
de mel dos associados gira em torno de 10 toneladas
ao ano. "Este número deve aumentar em
2006 e 2007, porque hoje temos 80 produtores, muitos
deles ainda iniciando a atividade. Alguns não
querem se envolver na atividade porque têm
medo de abelha", afirmou Edivaldo. "A
associação apoia os produtores de
mel com equipamentos, fornecendo as caixas, e eles
pagam com produção. O dinheiro desta
venda e do palmito volta para eles em forma de cursos,
de assessoria técnica, de benefícios",
explicou.
Neste ano termina
o segundo projeto de apoio do Subprograma Projetos
Demonstrativos (PDA), por meio do qual a APA dispôs
de cerca de 198 mil dólares durante três
anos. O primeiro projeto do PDA também teve
três anos e valor de US$ 150 mil dólares.
O recurso foi investido em atividades de desenvolvimento
de técnicas de produção agroecológica,
como a expansão das áreas de sistemas
agroflorestais, os cursos de capacitação
técnica, a organização das
mulheres produtoras, a formação de
viveiros e a aquisição de sementes.
"Enviamos ao Ministério do Meio Ambiente
uma proposta de consolidação do projeto
e estamos aguardando análise. Seriam aproximadamente
R$ 350 mil para realizar a certificação
orgânica de pelo menos metade dos associados",
adiantou Lindomar. O PDA faz parte do Programa Piloto
para Proteção das Florestas Tropicais
do Brasil, financiado com verba da cooperação
internacional e coordenado pelo ministério.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi