|
BNDES AFIRMA QUE SUA LIGAÇÃO
COM HIDRELÉTRICA DE SANTA CATARINA
SE RESTRINGE A FINANCIAMENTO
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Outubro de 2005
|
 |
14/10/2005 - O Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
afirmou hoje (14), no Rio de Janeiro, que sua ligação
com a nova barragem de Campos Novos, em Santa Catarina,
iniciada pelo consórcio Enercan em setembro
passado, diz respeito somente ao financiamento concedido
àquele grupo de investidores em outubro de
2003.
O Movimento dos Atingidos
por Barragens (MAB) tem denunciado irregularidades
no processo de construção da usina
e entrou, nesta semana, com uma solicitação
para que a Organização dos Estados
Americanos (OEA) interceda junto ao governo brasileiro.
De acordo com o MAB,
do total de 237 famílias moradoras da região,
que teriam direito à indenização
porque suas terras serão inundadas com a
construção da barragem, 165 estão
sendo excluídas pela Enercan.
Relatório
oficial divulgado em setembro pela Fundação
do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Fatma)
teria confirmado o direito à reparação
das famílias excluídas pelo consórcio.
O empréstimo
do BNDES, no valor de R$ 619,8 milhões, destinou-se
à empresa Campos Novos Energia S/A (Enercan),
sociedade criada com o objetivo de construir, operar
e explorar a Usina Hidrelétrica Campos Novos,
localizada no Rio Canoas. A operação
foi contratada em outubro de 2003 e corresponde
a 48% do investimento total do projeto (R$ 1,3 bilhão),
que teve também investimento de R$ 193,7
milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento
(BID).
O consórcio
Enercan é formado pela Companhia Paulista
de Força e Luz (CPFL), que detém 74%
do capital votante, e a Copel Participações,
com 16%. Segundo o BNDES, as operações
só são aprovadas pela área
técnica da instituição e têm
os recursos liberados quando os projetos apresentam
licença ambiental expedida pelo órgão
competente, entre outros documentos exigidos.
Ainda de acordo com
informação da assessoria do banco,
os contratos são auditados de forma sistemática
por um ente privado (Pricewaterhouse Coopers) e
pelo Tribunal de Contas da União, além
do Ministério Público.
A
Companhia Paulista tem como acionistas o grupo VBC
(Votorantim, Banco Bradesco e Construtora Camargo
Correa) e a Companhia Brasileira de Alumínio,
também integrante do grupo Votorantin. O
contrato de concessão para aproveitamento
de Campos Novos foi firmado com a Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em maio
de 2000. O direito de concessão se estende
por 35 anos, podendo ser renovável por igual
período.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Alana Gandra