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EIA/RIMA DE USINA DE ITAGUAÇU
É AVALIADO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA
Panorama
Ambiental
Goiânia (GO) – Brasil
Outubro de 2005
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Na audiência
pública promovida, no dia 30 de setembro,
pela Agência Ambiental, em São Simão,
moradores da região puderam conhecer o projeto
e debater o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório
de Impacto Ambiental (Eia-Rima) da Usina Hidrelétrica
Itaguaçu.
Orçada em
R$ 197,5 milhões, a obra terá 2 geradores
com potencial total de 92 MW e vai gerar 1,7 mil
empregos diretos e cerca de 3 mil indiretos. O reservatório
ocupará 38,8 km2, abrangendo os municípios
de São Simão, Caçu, Cachoeira
Alta e Paranaiguara.
A audiência reuniu técnicos da Agência
Ambiental, prefeitos e vereadores da região,
representantes do Ministério Público
de Goiás, do Ministério de Minas e
Energia, de empresas do setor hidrelétrico
e de diversos segmentos da sociedade. O projeto
da instalação da usina foi apresentado
por Fausto Liéri Sarmento, da empresa CTE.
O prefeito de Paranaiguara,
Lázaro Soares de Aquino, falou em seguida,
ressaltando que a empresa precisa construir a hidrelétrica,
o Brasil precisa de energia e a população
da região precisa conhecer todos impactos
da obra. Segundo ele, os impactos ambientais já
foram reduzidos em 50% em relação
ao primeiro projeto apresentado à prefeitura.
O receio que a hidrelétrica
cause danos ao meio ambiente com a destruição
das cachoeiras da região, por exemplo, ficou
claro nos depoimentos de vários moradores.
Alguns, como o pároco de São Miguel,
Padre Martins, e a Irmã Bárbara, uma
missionária americana que vive na região
há 27 anos, manifestaram-se contra o projeto,
antes mesmo da conclusão do debate.
O prefeito de Cachoeira
Alta, Clóvis Oliveira, também alegou
ser preciso avaliar outros impactos da obra, além
dos ambientais. “Temos de avaliar quem vai dar segurança
pública ao município com a chegada
de tanta gente de fora”, exemplificou o prefeito,
que teme que a construção da hidrelétrica
provoque um caos na área da saúde
e saneamento, além de ter impactos negativos
na cultura, hábitos e costumes dos moradores.
Essa audiência
pública foi a segunda de uma série
que a Agência Ambiental está promovendo
para avaliar o Eia/Rima de novos empreendimentos
no setor hidrelétrico no Estado. A primeira
reunião aconteceu também em São
Simão, no dia 29, e avaliou os estudos para
a implantação da Pequena Central Hidrelétrica
(PCH) de Foz do Rio Claro.
A audiência
aconteceu na sede do Clube Brancaleone e contou
com a participação do presidente da
Agência Ambiental, Osmar Pires, técnicos
do órgão, os prefeitos de São
Simão, Caçu, Paranaiguara, Cachoeira
Alta, os presidentes das Câmaras dos Vereadores
desses municípios, vereadores, líderes
sindicais de várias categorias, proprietários
rurais, representantes da empresa Queiroz Galvão
e do Ministério Público de Goiás,
além do representante do Ministério
de Minas e Energia (MME), Paulo Nascimento.
A audiência
pública - cuja realização é
exigida por lei para a discussão entre órgãos
ambientais, autoridades e a população
dos impactos positivos e negativos de empreendimentos,
como as PCHs - foi aberta pelo advogado Alberto
Albane, da Agência Ambiental, que expôs
os objetivos da reunião.
O prefeito de São
Simão, Francisco de Assis Peixoto, afirmou
se sentir honrado em ser o anfitrião da audiência
e disse esperar que a construção da
usina seja um fator de desenvolvimento, emprego
e renda para São Simão e para os municípios
da região.
O prefeito de Caçu,
Gilmar José de Freitas Guimarães,
disse que as hidrelétricas trazem preocupações
e problemas para toda a sociedade. “É um
conflito de interesses diversos, mas esperamos que
cheguem a um acordo”, ressaltou. Durante toda a
tarde, vários aspectos da instalação
da PCH foram avaliados. A comunidade teve a chance
de se informar a respeito do empreendimento, dos
efeitos negativos e positivos que ele vai gerar,
bem como questionar os dados apresentados pelos
técnicos.
Agora, o relatório
da audiência pública será anexado
ao Eia/Rima. Técnicos da Agência Ambiental
vão avaliar esses documentos para a elaboração
do parecer final sobre o projeto da PCH. O licenciamento
da obra depende da aprovação do Eia/Rima
e do parecer final da AGMA, que é o órgão
licenciador.
As audiências públicas prosseguem no
dia 3 de outubro, com a avaliação
do Eia/Rima da PCH Salto na sede do Alcaçuz
Social Clube, na rua Artur Ferraz de Almeida, Setor
São Paulo, em Caçu, e no dia 4, em
Itarumã, com a análise do Eia/Rima
da PCH Salto do Rio Verdinho.
Para o presidente
da Agência Ambiental, essas audiências
públicas significam um passo importante para
resolver as pendências das Pequenas Centrais
Hidrelétricas que estavam esperando a conclusão
do EIBH (Estudo Integrado de Bacias Hidrográficas)
para obterem suas licenças conforme exigência
legal. Paulo Nascimento, representante do MME, ressaltou
a importância das audiências. "São
o coroamento de estudos para o desenvolvimento sustentáel,
cumprindo as metas do MME", declarou.
Hélio Bittencourt,
da empresa Queiroz Galvão, disse que com
experiências semelhantes de realização
de audiências públicas em Chapecó
(SC), empreendedores e o poder público conseguiram
realizar todos os acordo com os minifundiários
sem prejuízos para as partes. "Foram
assinados mais de 200 acertos", disse.
O presidente da Câmara
de Jataí, que representou o governador Marconi
Perillo na primeira audiência, disse que essas
reuniões são importantes para os pequenos
proprietários de terras da região
saberem quais serão seus direitos e benefícios,
pois eles serão os mais atingidos com a construção
das hidrelétricas.
Fonte: Secretaria Estadual de Meio
Ambiente de Goiás (www.agenciaambiental.go.gov.br)
Assessoria de imprensa