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RIOS TÊM MAIS ANIMAIS
E VEGETAIS VINDOS DE FORA DO QUE SE ESPERAVA,
AVALIA PESQUISADOR
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005
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08/10/2005 - Os
rios e lagos brasileiros abrigam mais animais e
plantas vindos de fora do que se imaginava, mas,
dentre esses, o número dos que podem ser
considerados invasores era o esperado. A afirmação
foi feita pelo coordenador do Grupo de Águas
Continentais do informe nacional sobre o assunto,
Anderson Latini, ao fim do 1º Simpósio
Brasileiro Sobre Espécies Exóticas
Invasoras, ontem (7).
Segundo Latini, foram
identificadas no país 118 espécies
exóticas de peixes, nove de plantas macrófitas
aquáticas, seis de moluscos, cinco de crustáceos,
quatro de anfíbios, duas de répteis
e, entre os microorganismos, diversas cianobactérias.
Latini explicou que na maior parte os seres vivos
listados não são invasores, ou pelo
menos ainda não podem ser encarados assim.
"Eles só são enquadrados assim
quando apresentam potencial para causar problemas
sociais, econômicos ou ambientais", disse.
"A maior parte
dos crustáceos criados no Nordeste, por exemplo,
ainda não assumiu o status de exótico
invasor. A maioria está restrita ao sistema
de cultivo. Então, nós ainda precisamos
de um esforço de pesquisa, para saber de
forma mais detalhada qual o poder de dispersão
desses organismos quando eles saem do sistema de
cultivo, para avançar no sistema natural",
explicou.
Os pesque-pague também
podem contribuir para a entrada de novos organismos.
De acordo com Latini, é difícil quantificar,
mas qualquer sistema de cultivo de exótico,
como o de peixes e o de crustáceos, representa
risco. "Não há necessariamente
um fator negativo relacionado ao cultivo, porém
eles podem potencializar a existência do problema",
avaliou.
Na avaliação
do pesquisador, a proibição do uso
econômico das espécies exóticas
não é a questão central. "A
gente precisa desenvolver sistemas que restrinjam
a forma de uso, ou que criem medidas de biosegurança,
para evitar que as espécies se tornem invasoras
e causem problemas ao meio ambiente", afirmou
Latini. Ele disse ainda que é preciso fazer
muitos estudos para encontrar formas de sustituição
de espécies exóticas por nativas (naturais
daqui).
A região amazônica
ainda é um dos locais que apresentam relativamente
poucos problemas com as espécies invasoras.
Existem alguns casos, mas, segundo Latini, os dados
indicam que elas ainda estão restritas a
áreas que sofreram algum impactopela ocupação
do homem.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Mônica Lago