18/10/2005
- A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
- CETESB está sediando, de hoje (18/10)
até o próximo dia 21, em São
Paulo, um seminário de capacitação
para implementação da Convenção
de Roterdã, que regula o comércio
internacional de produtos químicos perigosos,
promovendo o treinamento de técnicos
de órgãos governamentais do Brasil,
Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai, que atuam
na regulação, controle e fiscalização
das substâncias químicas.
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José
Jorge
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O evento está
sendo coordenado pela Secretaria de Qualidade
Ambiental nos Assentamentos Humanos, do Ministério
do Meio Ambiente, e a Organização
das Nações Unidas para a Agricultura
e Alimentação - FAO.
A solenidade de abertura
do evento contou com as presenças de
Rubens Lara, presidente da CETESB, Marília
Marreco Cerqueira, da Secretaria de Qualidade
Ambiental nos Assentamentos Humanos, Gerold
Wyrwal, da FAO e membro do Secretariado da
Convenção de Roterdã,
e Alan Hruska, FAO do Chile.
Lara ressaltou a importância
do seminário para diminuir cada vez
mais os riscos ao meio ambiente e à
saúde pública, afirmando que
a agência ambiental paulista tem o maior
interesse em acompanhar o assunto e lembrando
que cinco funcionários da CETESB estão
entre os participantes brasileiros do curso.
Os funcionários da CETESB são
das seguintes áreas: Setor de Operações
de Emergência, Setor de Resíduos
Sólidos Industriais, Divisão
de Análises Físico-Químicas,
Divisão de Tecnologia do Ar e Setor
de Tecnologias de Produção Mais
Limpa.
Ao todo, 44 técnicos
dos cinco países estão participando
do evento, sendo que do Brasil estão
presentes, também, representantes dos
ministérios do Meio Ambiente, Agricultura,
Saúde, Trabalho e Emprego e Fazenda,
além da Associação Brasileira
da Indústria Química - ABIQUIM
e do Fórum Brasileiro de ONGs.
Gerold Wyrwal, do Secretariado
da Convenção de Roterdã,
disse que as projeções de aumento
da população mundial indicam
um número de cerca de 8 bilhões
de pessoas até o ano de 2025, para
mostrar sua preocupação com
relação à produção
de alimentos, que terá de ser incrementada
para evitar uma crise no abastecimento. Segundo
lembrou, conforme se constatou na Conferência
da FAO, em 2002, os governos estão
buscando desenvolver condições
para superar a crise, que incluam a proteção
à saúde e à segurança
alimentar.
Nesse cenário, enfatizou
a importância da Convenção
de Roterdã, “que abrange o intercâmbio
de informações e permite a tomada
de decisão, por parte dos países,
no que se relaciona à importação
e exportação de produtos químicos,
por meio do estabelecimento de procedimentos
de consentimento prévio, para monitorar
e controlar os produtos considerados perigosos”.
Por sua vez, o representante
da FAO no Chile, Alan Hruska, destacou a importância
da realização do seminário,
em nível regional, afirmando que sua
expectativa é de ver consolidada “uma
equipe muito forte, com membros dos governos
e da sociedade civil”, para apoiar a implementação
da Convenção de Roterdã.
Manejo de agrotóxicos
A Convenção
de Roterdã, assinada pelo Brasil em
1998, ratificada pelo Congresso Nacional em
2004 e promulgada pelo presidente em janeiro
deste ano, estabeleceu procedimentos como
a informação de consentimento
no comércio internacional de substâncias
químicas e agrotóxicos perigosos.
Sua adoção faz parte do Plano
de Ação estabelecido na III
Sessão do Foro Intergovernamental de
Segurança Química (FISQ), realizada
em Salvador, em outubro de 2000, seguindo
as orientações do capítulo
da Agenda 21 referente ao manejo ecologicamente
saudável de agrotóxicos e substâncias
químicas perigosas e da Declaração
do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
A Convenção
de Roterdã dispõe que as operações
de exportação e importação
de mercadorias e produtos constantes de seus
anexos deverão ser precedidas de procedimento
que assegure ao país importador, de
posse de todas as informações
sobre os riscos potenciais de produtos ou
mercadorias ao ambiente e à saúde
humana, a prerrogativa de autorizar ou proibir
tais operações. Fazem parte
do anexo 27 substâncias químicas,
dais quais 17 são pesticidas, 5 são
formulações pesticidas altamente
perigosas e 5 são substâncias
químicas de uso industrial.
O Comitê de Revisão
Química, do qual faz parte o Brasil,
foi encarregado de adicionar outros produtos
à lista original, prevendo-se também
meios para a eventuais exclusões. Vinte
e dois países, de um total de 73 signatários,
já ratificaram a Convenção.