18/10/2005 – A solução
para o problema fundiário de 306 índios
Krahô-Kanela que atualmente vivem confinados
em uma única habitação
de 100m² em Gurupi (TO) será dada
pela reforma agrária. Segundo nota
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) divulgada hoje (18), a fundação
reconhece a dificuldade por que passam os
índios, mas, como as terras que eles
reivindicam não foram consideradas
tradicionalmente indígenas pelos estudos
antropológicos, lembra que cabe ao
Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) a responsabilidade
de providenciar um assentamento para a comunidade.
Na nota, assinada pelo coordenador-geral
de Assuntos Externos da fundação,
Michel Blanco, a Funai diz que o processo
de identificação fundiária
da terra reivindicada pelos índios
"já está em pleno andamento".
Os 29 mil hectares que não foram considerados
terra indígena pelos antropólogos
eram ocupados pelo grupo até 1977.
A Funai divulgou a nota
em resposta à denúncia apresentada
por Mariano Ribreiro, liderança Krahô-Kanela,
que ontem participou de audiência de
movimentos sociais com o relator da Organização
das Nações Unidas (ONU) para
Formas Contemporâneas de Racismo, Discriminação
Racial e Xenofobia, Doudou Diène.
O relator está no
país a convite do governo brasileiro
até a próxima semana e ontem
visitou pela manhã o presidente da
Funai, Mércio Pereira Gomes. À
tarde, ele manteve encontro com os movimentos
sociais na sede do Conselho Indigenista Missionário
(Cimi), ligado à Igreja Católica.
Mariano Ribeiro e o Cimi acusaram o Estado
brasileiro de "descaso" com os Krahô-Kanela.