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LISTA DE COMUNIDADES A SEREM REASSENTADAS COM PROJETO NÃO INCLUI QUILOMBOLAS OU ÍNDIOS, DIZ IBAMA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2005

20/10/2005 – Mais de 700 famílias rurais ou de pequenas comunidades, cujas terras estão no traçado da obra, terão que mudar de endereço com o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. A informação é do diretor de Licenciamento e Qualidade Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luiz Felippe Kunz Júnior. Ele adianta que as famílias serão reassentadas e que não integram comunidades indígenas ou remanescentes de quilombos.

A Fundação Palmares diz esperar que não haja reassentamento de nenhuma das cerca de 50 comunidades remanescentes de quilombos, a serem afetadas "indiretamente" pela obra – ou seja, elas não estão na área por onde os canais irão passar, mas estão nos municípios onde a obra será realizada. "Se você tira uma comunidade de uma área e coloca em outra, há o problema da adaptação e da tradição", explica a diretora de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da Fundação Palmares, Maria Bernadete Lopes da Silva.

A fundação também diz esperar que não ocorra com as comunidades ribeirinhas o mesmo que ocorreu com a comunidade Negros de Jilú. Maria Bernadete conta que a comunidade foi retirada de Itacuruba (PE) e colocada em Jeremoabo (BA) para a construção da hidrelétrica de Pernambuco, em Petrolândia. "Se desintegrou, não conseguiram sobreviver no local e voltaram para Itacuruba para viver na periferia, desempregados e sem muita expectativa de vida. Antes, trabalhavam em suas plantações", conta.

De acordo com análise da assessoria técnica da 6ª Câmara do Ministério Público Federal, dadas as características "específicas de inter-relacionamento com seus respectivos meios e recursos, essas populações são extremamente vulneráveis às transformações em seu modo de vida e equilíbrio com o ambiente". "Seu deslocamento compromete seriamente suas condições de reprodução", conclui o parecer, assinado pela antropóloga Maria Fernanda Paranhos.

Para a diretora da Fundação Palmares, as comunidades precisam ser "amplamente" ouvidas. "É preciso prestar atenção no que eles dizem para que a gente não os prejudique". "Meu avô dizia que, se você arranca uma planta depois de grande e planta em outro lugar, ela pode até não morrer, mas nunca mais será vistosa", ilustra ela.

O parecer da assessoria do MPF alerta que "esses espaços territoriais e suas formas sociais de apropriação são paisagens culturais que fazem parte do patrimônio cultural da comunidade e têm para estes grupos uma enorme importância. Quando estes territórios são invadidos, alterados e pior ainda, nas situações de deslocamento compulsório, há irremediavelmente perdas irreparáveis de referências culturais".

 
 
Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos
 
 
 
 
 
 

 

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