20/10/2005 - O Ministério
do Meio Ambiente apresenta nesta sexta-feira
aos Ministérios da Educação
e do Desenvolvimento Agrário proposta
para criação do curso superior
de Agroecologia em Terras Indígenas
do Mato Grosso do Sul. Iniciativa do Programa
Pantanal do MMA, o curso objetiva a formação
de profissionais indígenas para a gestão
socioambiental nas aldeias da Bacia do Alto
Paraguai de Mato Grosso do Sul, utilizando
conceitos da antropologia, agroecologia e
do etnodesenvolvimento, de acordo com os saberes
tradicionais. Inicialmente, serão atendidas
as tribos Terena e Kadiwéu, provenientes
de terras indígenas da Bacia do Rio
Paraguai.
Previsto para iniciar em 2006, o curso terá
duração de três anos e
meio e será realizado pela Universidade
Católica Dom Bosco (UCDB) de Mato Grosso
do Sul. As aulas serão ministradas
em regime de alternância, associando
teoria e prática, a partir das experiências
cotidianas dos estudantes em suas aldeias.
Para implementação, o curso
contará com parcerias de Idaterra,
governo do Mato Grosso do Sul, MEC, MDA, Funai
e Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Populações Indígenas
da UCDB.
O estado do Mato Grosso do Sul possui um grande
número de povos indígenas, entre
os quais destacam-se os Kaiowá, Guarani,
Terena, Kadiwéu, Guató e Ofaié.
Kaiowá, Guarani e Terena representam
maior número de habitantes. A maior
parte dessa população vive confinada
em terras superpovoadas, comprometendo seus
recursos naturais e qualidade de vida. Além
da perda de parte de seus territórios,
a alternativa econômica implantada de
fora para dentro desarticula as formas tradicionais
de produção, além de
não suprir as necessidades básicas
das aldeias. A idéia do curso é
fortalecer a construção de novas
alternativas de sustentabilidade para esses
grupos sociais, além de ser referencial
para uma política pública de
formação superior indígena.