A publicação,
apresentada durante o VI Encontro do Fórum
Nacional de Comitês Bacias Hidrográficas,
propõe indicadores para monitoramento
da instalação de comitês
de bacias hidrográficas e mostra um
pouco da história do gerenciamento
hídrico do país.
Brasília, 21/10/2005 – Dicas e Reflexões
para Acompanhar a Implementação
dos Sistemas de Gestão de Recursos
Hídricos no Brasil é título
de publicação lançada
no último dia 19, em Ilhéus
(BA). Realizado a partir de uma ação
conjunta do WWF-Brasil e do Fórum,
o livro tem por objetivo principal subsidiar
os organismos de bacia no monitoramento e
avaliação do seu funcionamento
e desempenho. "Ainda não existe,
no Brasil, a cultura do monitoramento como
instrumento de gestão e ele é
importante, porque mostra cenários
e tendências de curto, médio
e longo prazos", avalia Samuel Barrêto,
coordenador do Programa Água para a
Vida, do WWF-Brasil.
Ele explica que, apesar de haver, hoje, entre
60 e 80 planos de bacias hidrográficas
e inúmeras deliberações
dos comitês de bacias no País,
pouco se sabe sobre sua real implementação.
"Quantos foram implementados? Isto representou
melhoria de quantidade e qualidade da água?",
pergunta. Segundo ele, é com questionamentos
assim que o Fórum vem trabalhando já
há seis anos. Agora, o WWF-Brasil e
o Fórum se reuniram para viabilizar
um estudo deste tipo.
O livro reúne análises conceituais
– operação, função,
conceitos – e o desenho de "situações
esperadas", a partir das quais foi chegou-se
a possíveis indicadores. "O debate
que levantamos com a publicação
ainda tem que ser aprimorado. Temos, ainda,
muito o que avançar neste sentido.
Nosso objetivo maior é levar a idéia
do monitoramento para a ponta, para dentro
dos comitês de bacias hidrográficas",
disse Samuel Barrêto, durante a apresentação
do livro, em Plenária.
Para o então coordenador geral do Fórum,
Isidoro Zorzi, trata-se de uma contribuição
importante, que descarta qualquer tentativa
de impor padrões a outros organismos
que vêm desenvolvendo indicadores. "Este
trabalho é uma minuta de proposta.
Não temos pretensão de concorrer
com ninguém, mas tão somente
somar", completou.
Já o engenheiro gaúcho Paulo
Paim defendeu a publicação como
um instrumento de informação.
Ele acredita que o Fórum ainda tem
muito trabalho pela frente buscando a difusão
das informações junto aos comitês
de bacias e a articulação com
indicadores eventualmente existentes.
"A ousadia da parceria foi exatamente
produzir um instrumento de informação
e ocupar o espaço político de
informar aos comitês. Nosso trabalho
apenas começou. O Fórum precisa,
agora, fazer um trabalho de "distribuição",
de difusão da informação,
porque o livro sozinho funciona apenas parcialmente.
O Fórum e o WWF-Brasil precisam se
associar à Abes (Associação
Brasileira de Engenharia Sanitária
e Ambiental), por exemplo, e criar um programa
de distribuição e articulação
com os outros indicadores. Precisamos ser
hábeis em levar a informação
e articular, quando for o caso, com outras
propostas de indicadores", analisou Paim.
A publicação pode ser obtida
em PDF no site www.wwf.org.br/agua