20/10/2005 - O presidente da Federação
dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf/Sul),
Altemir Tortelli, disse hoje (20) que "é
muito positiva" a visita da delegação
européia da GM-Free Network ao Brasil.
A comitiva esteve com a ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, para tratar do interesse de vários
países europeus por produtos não
modificados geneticamente, principalmente produzidos
pela agricultura familiar, como a soja tradicional.
"Estamos muito animados com essa possibilidade,
porque na Europa se tinha uma visão de
que no Brasil só tinha soja transgênica,
e essa delegação constata que,
inclusive no Sul, existem estados quase inteiros
que não produzem soja modificada".
Segundo Tortelli, a Fetraf
está aproveitando os contatos com a
delegação européia para
começar a mostrar aos agricultores
familiares que "é possível
produzir soja convencional, inclusive, com
um valor agregado. O que não ocorre
com a soja geneticamente modificada".
Para ele, a avaliação
da Fetraf é de que essa visita das
autoridades européias ao Brasil "é
um marco de resistência àqueles
que querem produzir soja convencional, por
todos os riscos que tem a soja transgênica",
e também por apresentar-se "como
uma alternativa econômica possível
para os agricultores e se construir uma relação
de parceria com o continente Europeu".
Tortelli lembrou que na Europa "75% da
população quer consumir produtos
alimentícios não-transgênicos".
O presidente da Fetraf/Sul
acredita que a Europa constitui-se em um grande
mercado, "com imensas possibilidades
econômicas", e uma relação
comercial que o Brasil está tendo a
oportunidade de construir "a partir da
agricultura familiar da região Sul
e no Brasil todo".
De acordo com Tortelli,
a agricultura familiar é responsável
por mais de 30% da soja produzida no Brasil.
"No Sul, mais de 50% da produção
de toda soja vem da agricultura familiar",
disse.