17/10/2005 - A estiagem
que castiga os rios e lagos da região
amazônica foi captada pelo satélite
americano Landsat. As imagens, processadas
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), órgão do Ministério
da Ciência e Tecnologia, revelam de
forma inequívoca a diminuição
do leito dos rios.
Com resolução espacial de aproximadamente
250 metros, as imagens, mesmo sub-amostradas
(a resolução normal do satélite
Landsat é de 30 metros), apontam as
alterações nos rios Solimões
e Negro, na região de Manaus (AM).
A diferença na paisagem é detectada
na comparação de duas cenas,
uma obtida em 30 de agosto passado e a outra
no dia 1º deste mês.
"As setas apontam para
as áreas impactadas pela vazante intensa.
No Rio Negro estão indicadas três
áreas, sendo que na parte superior
aparece em branco o surgimento de uma praia
pequena, enquanto que as setas na região
mais abaixo indicam extensas áreas
com novas praias aflorando e cujas dimensões
chegam a 10 quilômetros de comprimento
por até 4 de largura", explica
Paulo Martini, pesquisador do Inpe.
Da mesma forma, o pesquisador registra que
no Solimões, onde as setas apontam
à esquerda o Lago de Manacapuru e à
direita o Lago de Manaquiri, fica clara a
diminuição do rio neste curto
espaço de tempo. "Na imagem vemos
a assinatura típica de terra úmida
exposta sem um mínimo de lâmina
de água. A diferença de apenas
30 dias entre as duas imagens mostra o vigor
e a rapidez com que se instalou a vazante
na região", conclui Martini.