27/10/2005 - O diretor
do Programa Nacional de Conservação
da Biodiversidade do Ministério do
Meio Ambiente, Paulo Kageyama, destacou hoje
a participação das comunidades
tradicionais e de pesquisadores no seminário
que debate, em Crato (CE), o uso e conservação
da Caatinga e do Cerrado.
Promovido pelos ministérios do Meio
Ambiente do Brasil e da Alemanha, o encontro
termina amanhã, ocasião em que
serão apresentadas e aprovadas conclusões
e propostas de políticas públicas
para os dois biomas. Também serão
definidas recomendações para
a 8ª Conferência das Partes da
Convenção sobre Diversidade
Biológica, que acontece em março
de 2006 em Curitiba (PR).
Para Kageyama, unir representantes dos dois
biomas, pela primeira vez, é extremamente
favorável. "A discussão
sobre os problemas da Caatinga e do Cerrado
sempre foi feita de forma separada",
disse. Segundo o coordenador, existem experiências
de pequenos produtores em ambos os biomas
que são plenamente favoráveis
para o desenvolvimento sustentável,
para o uso e a conservação ambiental
e para minimização da pobreza.
"A expectativa é de que surjam
do seminário propostas que possam orientar
as nossas políticas públicas",
completou.
As palestras realizadas hoje são ministradas
por representantes de comunidades tradicionais
da Caatinga e do Cerrado, especialmente quilombolas
e indígenas. Utilizando seus conhecimentos
sobre espécies nativas, tanto de plantas
como de animais, essas comunidades desenvolvem
atividades auto-sustentáveis, agredindo
de forma reduzida o ambiente em que vivem.
O Centro Irradiador do Manejo da Agrobiodiversidade,
da Diretoria de Conservação
da Biodiversidade do MMA, apóia desde
2004 essas comunidades com a instalação
de pólos nas cinco regiões do
País. A iniciativa do Ministério
atende grande concentração de
agricultura familiar em comunidades indígenas
e quilombolas, que utilizam sementes crioulas
(variedades de feijão, milho, mandioca,
inhame).