26/10/2005 - O SCD-2, segundo
satélite de coleta de dados ambientais
desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), órgão do Ministério
da Ciência e Tecnologia, completou em
outubro sete anos de operação
em órbita, cinco a mais do que a vida
útil projetada inicialmente.
O SCD-2 integra, junto com o SCD-1, lançado
em 1993, e com o CBERS-2, o Sistema de Coleta
de Dados Ambientais. Tem como missão
retransmitir, em direção a uma
estação receptora (localizada
em Cuiabá), os dados coletados por
uma rede de 1000 plataformas automáticas
de coleta de dados ambientais distribuídas
ao longo do território nacional.
Quando o satélite passa sobre a região
de visibilidade das estações
de rastreio de Cuiabá (MT) e de Alcântara
(MA), onde estão localizadas as antenas
para o contato com o satélite, os sinais
das plataformas que se encontram visíveis
ao satélite são captados e retransmitidos
à estação. Na estação,
os dados recebidos são gravados e,
após a passagem do satélite,
transmitidos ao Centro de Missão de
Coleta de Dados, em Cachoeira Paulista (SP),
onde são processados e distribuídos
aos usuários.
Histórico
O SCD-2 foi lançado em 22 de outubro
de 1998, pelo lançador americano Pegasus,
fabricado pela OSC ("Orbital Sciences
Corporation"), o mesmo que colocou em
órbita o SCD-1 em fevereiro de 1993.
Ficou, assim, garantida a continuidade do
Programa de Coleta de Dados Ambientais. Ao
completar sete anos em órbita, os subsistemas
do SCD-2 continuam a apresentar um desempenho
amplamente satisfatório.
A longevidade destes satélites é
resultado de uma alta competência tecnológica
e do rigor empregado no processo de qualificação
tanto para os componentes como para os subsistemas
e sua integração. A esses fatores
soma-se a competência dos processos
operacionais desenvolvidos para o controle
dos satélites no Inpe e a eficiência
das equipes operacionais.
Números
O satélite SCD-1 alcançou o
significativo número de 67.011 órbitas
em operação, recebeu de solo
um total de aproximadamente 161.900 telecomandos
e sofreu a execução de 16 manobras
de reorientação de seu eixo
de rotação. O primeiro satélite
brasileiro foi para o espaço em 1993
com expectativa inicial de um ano de vida
útil, mas já superou esse limite
em 1200%.
O fenômeno do SCD-1 está se repetindo
com relação ao SCD-2, que já
superou em 350% o seu tempo nominalmente esperado
de vida útil, que foi estimado, antes
de seu lançamento, em dois anos. Nesta
sua vida no espaço, o SCD-2, que foi
inteiramente desenvolvido e produzido no Brasil,
completou em 22 de outubro de 2005 o número
de 36.952 órbitas. Neste tempo, percorreu
uma distância de 1.654.984.445 quilômetros,
o que corresponde a 2.177 viagens de ida e
volta à Lua (distância de ida
e volta à Lua: aproximadamente 1000.000
quilômetros).
As manobras realizadas pelo Centro de Controle
de Satélites do Inpe, em São
José dos Campos (SP), também
têm números significativos. Foram
24 de reorientação do eixo de
rotação, 20 de incremento da
velocidade de rotação e 29.228
telecomandos enviados ao satélite até
o momento.