03/11/2005 - A rodovia
Rio-Santos (BR-101), principal via de escape
em caso de acidente nas usinas nucleares de
Angra 1 e 2, está com o trânsito
interrompido devido a desmoronamentos causados
pelas chuvas intensas. O único procedimento
seguro é desligar permanentemente as
usinas, evitando assim risco para a população
local e para o meio ambiente.
No caso de um vazamento
hoje, a única rota disponível
para fuga traçaria um caminho contrário
ao do bom senso: seguir em direção
às usinas, ao invés de se afastar
do perigo da radioatividade.
A evacuação
rápida da área das usinas é
fundamental, porém, é completamente
inviável. “A natureza está mostrando
para o homem o que ele não consegue
perceber: o plano de emergência das
centrais nucleares é falho”, disse
Ivan Neves, diretor da Sape (Sociedade Angrense
de Proteção Ecológica).
Em 06 de outubro passado, a entidade protestou
contra o plano, simulando um deslizamento
como o ocorrido nessa semana, dificultando
o trânsito na rodovia para mostrar que
problemas simples poderiam inviabilizar a
evacuação.
Para o Greenpeace, as condições
precárias de evacuação
pela BR-101 devem levar o governo federal
a fechar as duas usinas nucleares, que produzem
pouca, ultrapassada, cara e perigosa energia.
“O que aconteceu mostra como a população
está correndo sérios riscos
e que Angra 3 é mais uma ameaça
que não deve ser criada pelo governo,
assim como o Programa Nuclear Brasileiro”,
afirmou Guilherme Leonardi, coordenador da
campanha antinuclear do Greenpeace.