04/11/2005 – O desmatamento
da Amazônia caiu 50% em relação
a 2004, segundo dados do Ministério
do Meio Ambiente. Mas isso não significa
que tudo esteja bem. Para o ambientalista
Pedro Ivo de Souza Batista, coordenador da
2ª Conferência Nacional de Meio
Ambiente, existem grandes obstáculos
para o controle do desmatamento.
Os três principais
são: "a falta de incentivo para
uma floresta sustentável, o tamanho
da biodiversidade brasileira que requer maior
capilaridade da presença do estado,
e por fim, a criminalidade".
Ele está em Fortaleza
para a primeira das conferências estaduais
que precederão o encontro nacional
em Brasília, marcado para ocorrer em
12 e 13 de dezembro.
Batista lembrou que a primeira
Conferência Nacional de Meio Ambiente,
há dois anos, teve o mérito
de mobilizar as pessoas, de motivá-las
ao debate. Na segunda, diz ele, o objetivo
é ampliar e qualificar esse debate.
"Avançamos mais
na estruturação do Sistema Nacional
de Meio Ambiente, o Sisnama, tem idéia
é descentralizar a política
ambiental brasileira e fazer com que o município,
o estado e os órgãos federais
tenham, cada qual, a sua responsabilidade",
relatou ele.
Segundo Batista, a proteção
ao meio ambiente funciona de forma integrada,
porque só assim é possível
estender os cuidados à "megabiodiversidade,
pois é preciso mais do que a fiscalização
e a coerção. É fundamental
criar mecanismos de desenvolvimento sustentável
e investir na educação ambiental".
Ele observa que embora o
Sisnama preveja que cada município
tenha um órgão ambiental isso
só acontece em um terço deles.
Assim, diz ele, "fica difícil
avançar na sustentabilidade do meio
ambiente".
Batista avalia que a questão
do meio ambiente no Brasil é também
cultural. "Ainda temos gente que vê
a preservação da floresta como
um obstáculo ao desenvolvimento. Na
pratica todas as outras dificuldades vêm
dessa visão que remonta aos tempos
do Brasil colonial", explica-se.