03/11/2005 - Embrapa Pecuária
Sudeste (São Carlos - SP) e o Escritório
de Negócios de Campinas da Embrapa
Transferência de Tecnologia, unidades
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento, realizarão
nos dias 10 e 11 de novembro, uma oficina
de trabalho para analisar e discutir alternativas
de uso para a palhada que sobra da colheita
de sementes de capim.
Essa palhada tem sido um
grande problema ambiental para os produtores
de sementes de capim que, por falta de alternativas,
queimam esse resíduo. O evento é
dirigido a técnicos, produtores de
sementes e ambientalistas e terá a
participação de especialistas
brasileiros e da Irlanda. O problema da palhada
também ocorre nas lavouras de cana-de-açúcar
e as usinas de açúcar, as destilarias
de álcool e os produtores de cana têm
demonstrado interesse em solucionar essa questão.
Anualmente são produzidas,
no Brasil, cerca de 2 milhões de toneladas
desse tipo de palhada. O encontro vai analisar
e avaliar o potencial de uso desse resíduo,
com apresentações de especialistas
e de produtores de sementes de capim. Dentre
as alternativas a serem avaliadas estão
o uso desse tipo de palhada no plantio direto;
na produção de energia; na produção
de compostos orgânicos; na alimentação
de ruminantes; em cama de aviários,
além do potencial de sua utilização
na obtenção de produtos químicos.
O resíduo da colheita
de sementes de capim caracteriza-se pelo grande
volume, pela baixa digestibilidade para animais
ruminantes e pelo baixo teor de proteína
bruta, características que limitam
a sua utilização na alimentação
de bovinos. A identificação
de alternativas de utilização
e descarte da palhada têm grande potencial
de impactos positivos, dos pontos de vista
econômico, ambiental e social.
A produção
e a comercialização de sementes
de capins tropicais é atividade de
grande expressão econômica no
Brasil, com estimativa de mercado interno
de cerca de 100 mil toneladas anuais, num
valor de 150 milhões de dólares.
O Brasil é o maior exportador, produtor
e consumidor mundial de sementes de capins
tropicais. As principais regiões produtoras
são Auriflama, Cássia dos Cocais
e Ribeirão Preto (SP); Rio Verde -
GO; Prata, Tupaciguara e Unaí - MG;
Camapuã - MS; Rondonópolis -
MT e Luiz Eduardo Magalhães - BA.
A oficina de trabalho tem
a parceria do Escritório de Negócios
de Campinas da Embrapa Transferência
de Tecnologia, da Associação
para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento
de Forrageiras Tropicais (Unipast), da Associação
Brasileira de Produtores de Sementes e Mudas
(Abrasem), e a participação
da Embrapa Cerrados (Brasília - DF),
Embrapa Instrumentação Agropecuária
(São Carlos - SP), Embrapa Solos (Rio
de Janeiro - RJ) e Embrapa Suínos e
Aves (Concórdia - SC).