(03/11/05) - Até
a próxima terça-feira (8) o
Projeto Peixe-Boi estará participando
de uma exposição durante as
atividades do II Encontro Intercontinental
Sobre a Natureza - O2. Esse evento acontece
no Centro de Convenções da capital
cearense e é uma oportunidade para
despertar a preocupação nos
participantes da necessidade de se conservar
essa espécie (Trichechus manatus) que
se encontra criticamente ameaçada de
extinção.
Os visitantes poderão
ver banners e um painel fotográfico
com as ações conservacionistas
desenvolvidas pelo Projeto Peixe-Boi no Ceará
e, também, o vídeo Protegendo
o Peixe-Boi. Além disso, a executora
do Centro Mamíferos Aquáticos
(CMA/Ibama), Solange Zanoni está no
local, que foi cedido dentro do no stand da
Gerência Executiva do Ibama no Ceará,
para tirar dúvidas dos visitantes sobre
o assunto.
O evento é de caráter
técnico científico e, de acordo
com o coordenador executivo do O2, Claudionor
Carvalho de Araújo, “esse Encontro
é fruto da união de pensamentos
e desejos dos participantes do Movimento Amigo
das Águas em contribuir para um mundo
adequado para receber os filhos da Terra,
onde eles possam nascer, crescer e viver em
um ambiente saudável, sem o terrorismo
da destruição planetária
causada pelo uso abusivo dos recursos naturais”.
Na programação
estão previstos cursos, conferências,
mesas redondas, simpósio, tribuna livre
da natureza, apresentação de
casos, oficinas de trabalhos e fórum
de lideres. A primeira edição
do evento aconteceu em 2003 e contou com 1.234
participantes inscritos e cerca de 1.130 visitantes
por dia.
Com 25 anos de existência,
o Projeto Peixe-Boi é executado pelo
Centro Mamíferos Aquáticos,
em co-gestão com a Fundação
Mamíferos Aquáticos, e patrocínio
oficial da Petrobras, desde 1997.
Os peixe-boi é uma
espécie de mamífero aquático
que existe a cerca de 50 milhões de
anos e quando adulto pode chegar aos 60 anos,
600 kg e medir 4,5 m. De acordo com a expedição
Igarakuê, realizada no início
dos anos 90, que fez o levantamento populacional
no litoral brasileiro, restam apenas cerca
de 500 peixes-bois marinhos (Trichechus manatus)
numa área de cinco mil quilômetros,
desde Alagoas até o Amapá.
O Ceará é
o estado brasileiro com maior índice
de encalhe de peixes-bois no Brasil, desde
a criação da Unidade de Reabilitação
de peixes-bois, na Ilha de Itamaracá,
na Sede Nacional do CMA/Ibama, em 1991, já
foram registrados 28 encalhes no Estado.
Um dos fatores que contribui
para essa estatística é a deterioração
do habitat natural dos peixes-bois. De acordo
com dados da ONG Aquasis, parceira do Projeto
Peixe-Boi no estado, 70% dos mangues do litoral
cearense apresentam algum nível de
degradação.
No Ceará,
o Projeto Peixe -Boi atua na área de
maior ocorrência de encalhes, a praia
de Quitérias, município de Icapuí
(200 quilômetros de Fortaleza). Lá
foi inaugurado, no último dia quatro
de julho, o primeiro ponto fixo de monitoramento
de peixes-bois marinhos no estado. Além
disso, freqüentemente são ministradas
palestras e realizadas campanhas de conscientização
para preservação dos ambientes
estuarinos no Ceará.