04/11/2005 - A Embrapa
Monitoramento por Satélite, de Campinas
(SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), apresentará
resultados de pesquisa na região amazônica
no Mercado Floresta, que será realizado,
de 05 a 08 de novembro, em São Paulo,
na Oca do Ibirapuera.
O projeto "Sustentabilidade
Agrícola na Amazônia", responsável
pelo acompanhamento de cerca de 400 propriedades
que se enquadram no modelo de agricultura
familiar, em Rondônia, será o
tema do estande da Unidade durante o evento.
Já são cerca
de 20 anos de acompanhamento sistemático
da colonização em floresta tropical
úmida, gerando um acervo de dados técnicos
e temporais, georreferenciados e informatizados,
sobre a agricultura familiar na Amazônia
e a sustentabilidade dos sistemas de produção
em uso.
A cada três anos,
um novo levantamento de campo é realizado
pela equipe da Embrapa Monitoramento por Satélite.
No último, ocorrido em agosto deste
ano, teve o apoio de imagens de satélites
de alta resolução espacial e
do sensor radar do SIVAM, empregadas em cada
lote pesquisado, reforçando a precisão
das informações coletadas.
O projeto, previsto para
durar 100 anos, tem como objetivos básicos
o monitoramento anual do uso das terras, a
partir de imagens de satélite, a caracterização
dos sistemas de produção praticados
e ações de pesquisa participativa,
utilizando cerca de 250 variáveis biofísicas,
sociais, econômicas e agronômicas.
Os dados levantados em todos
estes anos deram origem a dezenas de publicações
e têm sido base para trabalhos de pesquisa
participativa e planejamento de múltiplos
propósitos envolvendo Ongs., prefeitura,
Embrapa e outras organizações
privadas e governamentais.
Para o pesquisador e Chefe-Geral
da Embrapa Monitoramento por Satélite,
Evaristo de Miranda, a permanência da
agricultura nessa região aponta para
novos horizontes, com ganhos de produtividade
e eficiência.
"A provável
ligação rodoviária com
o Oceano Pacífico, o asfaltamento da
BR-163, a implantação da ferrovia
Norte-Sul e outras evoluções
da infra-estrutura de comunicação,
energia e informação trarão
novos cenários para o desenvolvimento
agrícola da região", ressalta
Miranda, que é também o coordenador
do projeto.
O monitoramento deve produzir,
ao longo do tempo, indicadores sobre a sustentabilidade
agrícola na região, referenciais
sobre o desempenho dos diversos cultivos,
sobre as influências reais das políticas
públicas, a assistência, a pesquisa,
o financiamento e sobre como esses sistemas
locais reagem às chamadas externalidades.