11/11/2005
- Você vive em uma cidade saudável?
Qual a melhor definição de desenvolvimento
sustentável ou insustentabilidade?
Para refletir sobre estes questionamentos,
a Secretaria do Meio Ambiente do Estado -
SMA realizou nesta quarta-feira (09/11), o
curso “Cidades Sustentáveis e Cidades
Insustentáveis”, no anfiteatro da Central
de Salas de Aula - na Universidade do Estado
de São Paulo - UNESP, da cidade de
Bauru, interior do Estado, reunindo especialistas
em ocupação de espaços
urbanos.
Ricardo
Guerra  |
Para a professora Solange Terezinha
de Lima Guimarães, doutora pela
UNESP, a questão fundamental
é a maneira como se olha a cidade.
Esta ação, segundo ela,
deve ser recheada de percepção
do que é bom ou ruim ao seu redor.
Igualmente importante é a valorização
dos sentidos e a interpretação
das sensações. "Em
primeiro lugar, devemos conceber o meio
ambiente por meio das ações
e das reações, como o
proteger ou destruir a sua cidade",
explica Solange. |
Ricardo
Guerra
 |
Outra especialista presente
ao encontro, a professora Magda Adelaide Lombardo,
geógrafa pela UNESP e doutora pela
University of Maryland System e University
of California - Berkeley, relatou que a questão
passa pela qualidade de vida na cidade avaliada,
levando em consideração, por
exemplo, as variações climáticas.
Uma cidade saudável
deve dispor de leis de uso e ocupação
do solo adequadamente interpretadas e cumpridas.
"A cidade de Berlim, na Alemanha, apresenta
45% de espaços ocupados por áreas
verdes, sendo os parques áreas importantes
para classificação de qualidade
de vida.", salienta Magda.
Solange reflete sobre o
relacionamento da população
com a sua cidade ressaltando que uma relação
afetiva do morador com o espaço urbano
que ocupa é fundamental. "O hábito
de perceber a cidade é saudável
e auxilia na tomada de decisões de
ações construtivas para sua
rua ou bairro." - explicou.
Outro dado importante, salientado
pelos presentes, foi a qualidade das moradias.
Uma casa saudável apresenta pé
direito elevado, cobertura de telhas de barro
claras e paredes em tonalidades suaves, com
os espaços repletos de janelas que
proporcionam luz e ventilação
adequadas. A construção deve
preservar uma área verde, mas não
com canteiros ou grama, mas sim com árvores.
"É lógico que as jardineiras
colaboram com a qualidade de vida da casa,
mas o ideal é o plantio de árvores",
reflete Magda.
A professora Solange relatou
outro conceito importante - a "cidadania
planetária" - no qual o ser humano
passa por uma renovação do seu
interior e luta pela recuperação
do planeta. Também são alicerçados
valores baseados não só nos
bens ou recursos materiais, mas na dignidade,
na lealdade e na tolerância. "Só
a valorização de todos os indivíduos
levará a uma qualidade de vida saudável
e igualitária em nosso planeta",
conclui.
O encontro, realizado na
cidade de Bauru, foi integrante do ciclo de
cursos promovidos pela Secretaria Estadual
do Meio Ambiente, por intermédio do
seu Departamento de Educação
Ambiental e do Programa de Apoio às
ONG, da Coordenadoria de Planejamento Estratégico
e Educação Ambiental.