10/11/2005 - Pesquisadores
da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna,
SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
estão elaborando mapas de distribuição
geográfica de doenças e pragas
do café em cenários futuros
resultantes do aquecimento climático
global.
Com dados dos últimos
30 anos, usando um modelo de simulação,
foram obtidos mapas para o cenário
atual, e estes foram comparados com os mapas
projetados para os cenários futuros,
em uma visão mais otimista e outro
em visão mais pessimista e foi constatado
que haverá uma maior incidência
de bicho-mineiro-do-cafeeiro. Quanto mais
a atmosfera está aquecida, mais aumenta
a geração dessa praga.
Raquel Ghini, pesquisadora
da Embrapa Meio Ambiente responsável
pela pesquisa, esclarece que a idéia
é trabalhar com outras doenças
do café e também com outras
culturas importantes para exportação.
Será possível
também elaborar estratégias
para a agricultura se proteger das pragas
que podem se manifestar daqui a alguns anos.
Pode-se simular cenários e estudar
as estratégias mais eficientes.
Doenças que hoje
não são consideradas importantes
podem se desenvolver em outras condições
climáticas e, sabendo com antecedência,
a Embrapa pode desenvolver variedades resistentes
e outros métodos de controle.
O mesmo trabalho foi realizado
com nematóides do cafeeiro e os mapas
obtidos também evidenciaram que poderá
haver aumento da doença causada por
esses microrganismos.
Em outro projeto de pesquisa,
que também tem por finalidade estudar
os efeitos das mudanças climáticas
globais sobre as doenças de plantas,
foram construídas estufas de topo aberto
para injeção de CO2 para simular
alterações atmosféricas
e seus efeitos na ocorrência de doenças.
Com isso, serão avaliados
parâmetros epidemiológicos, o
ciclo e a ocorrência das doenças,
como oídio da soja, brusone do arroz,
ferrugem do cafeeiro e do feijoeiro.