10/11/2005 - As mudanças
climáticas são um fato: furacões
no sudeste dos Estados Unidos, ciclones no
sul do Brasil, secas na Amazônia, todos
indícios de alterações
no clima mundial. Para discutir esses assuntos
e, principalmente, a maneira como abordá-los,
acontece em Brasilia, desde ontem (9), o Diálogo
sobre Mudança Climáticas, evento
organizado pelo Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas, e que conta
com a participação de representantes
dos governos federal e estaduais, empresários
e organizações não-governamentais
(ONGs).
O ministro da Ciência e Tecnologia,
Sergio Rezende, presente na abertura do evento
nesta quarta-feira, destacou a importância
das discussões e estudos sobre o tema.
"Esse é um assunto sério
e complexo que envolve toda a sociedade, e
sua discussão deve se reverter em benefícios
para o Brasil e o Mundo". Rezende lamentou
o fato de o tema ser destaque somente após
grandes tragédias, e enumerou diversas
ações que o governo federal
têm realizado para evitar problemas
decorrentes das mudanças climáticas.
Em destaque, o ministro citou a expressiva
participação brasileira no Protocolo
de Quioto – o País é o segundo
maior em número de projetos de Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL), de redução
inestimada de toneladas de gás carbônico
equivalente, além de exercer um papel
de liderança na implementação
das diretrizes propostas pelo acordo internacional.
O discurso do ministro da Ciência e
Tecnologia abordou, ainda, o pioneirismo nacional
no uso de fontes de energia renováveis
como o álcool, biodiesel e a matriz
energética hidrelétrica, resultado
de um trabalho conjunto dos órgãos
do governo federal.
A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, lembrou a posição
do governo brasileiro, de incentivo ao debate
e a inclusão dos estados na questão
das mudanças climáticas. Ela
considera essencial a realização
de fóruns estaduais como o de São
Paulo, Minas Gerais e Bahia. Marina disse
que sua Pasta trabalha em projetos de incentivo
à conservação das florestas
e de inclusão social na Amazônia,
o que considera indispensável para
a redução das emissões
de gases causadores do efeito estufa.
O secretário executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, Luiz Pinguelli Rosa, defendeu
a integração dos estados e da
sociedade brasileira na discussão sobre
mudanças do clima. Uma das sugestões
levantadas por ele em relação
à preservação das florestas
é a criação de metas
internas para a redução do desmatamento.
Outra possibilidade é a busca de novas
fontes de recursos internacionais, além
das já existentes, como a do MDL.