Estudantes e professores serão os principais
beneficiários; o jogo poderá ser
utilizado nas aulas de geografia, genética
e biologia
09/11/2005 - Os estudantes
e os profressores do ensino médio agora
têm uma nova ferramenta para aprender
e, ao mesmo tempo, ensinar sobre a migração
de três espécies de bagres da
região amazônica. Pesquisadores
do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa), unidade de pesquisa do Ministério
da Ciência e Tecnologia, lançarão
hoje (9), às 9h, o jogo didático
Piradados, união dos nomes das espécies
dourada, piramutaba e piraíba. O grupo
de trabalho integra o projeto Biologia Molecular
na Identificação de Estoques
Pesqueiros: Popularização do
Conhecimento Científico.
Os primeiros beneficiados serão os
alunos do Instituto de Educação
do Amazonas (IEA), localizado no Centro de
Manaus. Amanhã (10), quem vai receber
a visita dos pesquisadores do Inpa são
os estudantes da Escola Estadual Isaac Swerner,
localizada no bairro São José
II, zona Leste da capital.
A Coordenadora do projeto, Kyara Formiga de
Aquino, do Laboratório Temático
de Biologia Molecular (LTBM/Inpa), disse que
o objetivo é visitar diversas escolas
da cidade e disseminar a importância
da preservação dos bagres da
Amazônia. Ela explica que, além
do jogo, também vai haver uma aula
prática de extração de
DNA do tomate e da manga, e palestras sobre
o trabalho que o instituto realiza. "O
Piradados é um jogo interativo, elaborado
a partir dos resultados do projeto PIRADA,
que estuda a genética dos bagres da
região. Eles são responsáveis
pela maior migração de água
doce no mundo", destacou.
O jogo Piradados é composto por um
questionário de 40 perguntas sobre
conceitos de genética, ciclo de vida
dos bagres migradores, um tabuleiro e três
kits, sendo cada um correspondenete a uma
das espécies estudadas. Cada kit contém
dois dados, um microtubo, que representa o
peão que andará sobre o tabuleiro;
30 peixes de várias cores, representando
o cardume da espécie em questão;
uma ficha com a foto da espécie, a
seqüência de DNA de cada cor de
peixe no cardume e uma tabela quantitativa
a ser preenchida ao final do jogo. "O
jogo vai servir de instrumento para conscientização
das comunidades ribeirinhas, ligadas direta
ou indiretamente à pesca dos grandes
bagres, de uma forma simples e fácil
", afirmou a coordenadora do projeto.
Segundo a pesquisadora, o Inpa pretende aferir
a aceitabilidade do jogo entre os estudantes,
ou seja, o nível de interesse e a funcionalidade.
Depois desse processo, o próximo passo
é validar o jogo junto ao Ministério
da Educação e Cultura (MEC)
e fazer o registro do produto.
O jogo Piradados tem financiamento da Fundação
de Apoio a Pesquisa no estado do Amazonas
(FAPEAM).