(11/11/05) – A possibilidade
de aves migratórias trazerem o vírus
H5N1, causador da gripe do frango, para solo
brasileiro é ínfima, garante
o diretor de Fauna e Recursos Pesqueiros do
Ibama, Rômulo Mello. Embora o “risco”
de uma infecção transmitida
por essas aves seja insignificante, a postura
das autoridades brasileiras é de cautela
pois trata-se de uma doença grave.
As aves migratórias,
que começam a chegar ao Brasil para
passar o verão, serão monitoradas
e examinadas por biólogos e veterinários
do Ibama e de institutos de pesquisas. O Ibama
atenderá com prioridade os pedidos
de autorização para coleta de
material destinado a pesquisas sobre aves
migratórias.
Rômulo alerta que
tráfico de animais e o intercâmbio
de material biológico entre países
sem o devido controle são fontes mais
perigosas de transmissão do vírus
da “gripe do frango”.
Até o momento, não
há registro de contaminação
de seres humanos por aves silvestres. Os seres
humanos contraíram a “gripe do frango”
por contato com animais domésticos
de criadouros comerciais. O diretor Rômulo
ressalta também que o Brasil está
numa posição geográfica
privilegiada, distante do Vietnã, Rússia,
Romênia, Turquia onde ocorreram casos
de “gripe do frango”.
Além disso, as aves
originárias da Europa não costumam
migrar em bandos para o Brasil atrás
de alimentos e temperaturas mais quentes.
Há registros de capturas de pássaros
com anilhas da Inglaterra, Portugal entre
outros países, mas são considerados
casos isolados. Em 20 anos de monitoramento,
registraram-se 163 espécies migratórias
em solo brasileiro, sendo que 93 partiram
dos Estados Unidos e do Canadá.
As aves migratórias
concentram-se em praias, estuários,
manguezais, alagados costeiros e salgados.
O CEMAVE, em parceria com a Fundação
Nacional de Saúde (Funasa), o Instituto
Evandro Chagas e o Instituto Adolpho Lutz,
desenvolve pesquisas e monitoramento das aves
migratorias no Parque Nacional Lagoa do Peixe
(RS), nas Reentrâncias Maranhenses,
na Coroa do Avião (PE) e na Costa do
Amapá, justamente com a finalidade
de controlar a entrada de vírus no
país, a exemplo do agressivo H5N1 e
de outros menos nocivos como New Castle e
o Oeste do Nilo.