18-11-2005 - Greenpeace
lança expedição de 14
meses para mostrar agonia dos oceanos
Expedição marinha mais ambiciosa
da história da ONG quer angariar apoio
de 1 milhão de pessoas para estabelecer
rede de reservas que englobe 40% da superfície
dos oceanos
Para responder à
ameaça sem precedentes de extinção
em massa de espécies de flora e fauna
marinha, o Greenpeace está lançando
a expedição oceânica mais
ambiciosa de toda a história da entidade,
que vai começar com dois navios partindo
da Cidade do Cabo, na África do Sul,
no santuário de baleias do Atlântico
Sul, onde a caça já proibida
ainda é praticada. Em seguida, um dos
navios vai cruzar quatro oceanos em 14 meses,
mostrando as principais ameaças que
os oceanos e a vida marinha enfrentam hoje.
“A perseguição
às baleias é um ícone
trágico do que vem acontecendo com
nossos oceanos”, afirma Shane Rattenbury,
responsável pela Campanha de Oceanos
do Greenpeace. “Eles dão ao planeta
metade de todo nosso oxigênio. Em troca,
são sufocados com poluição
e esvaziados por técnicas cada vez
mais destrutivas de pesca e a extinção
de várias formas de vida marinha. É
hora de começar a defender nossos oceanos,
para reverter esse quadro e garantir que as
futuras gerações encontrem oceanos
saudáveis”.
O Greenpeace luta pela criação
de uma vasta rede de reservas marinhas para
proteção da fauna e flora e
recuperação da saúde
dos oceanos, exigindo que 40% de sua superfície
sejam declarados áreas de proteção.
A entidade calcula que seria necessário
gastar US$ 12 bilhões na implantação
dessas reservas, o que representa a mesma
quantidade que é gasta em perfumes
anualmente pela Europa e Estados Unidos.
“O Brasil tem mais de oito
mil km de costa, uma forte relação
com o mar, e portanto, uma grande responsabilidade
pela preservação deste bem da
humanidade, que são os oceanos”, afirma
Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace
Brasil.
O Esperanza, o mais novo
navio do Greenpeace, que vai cruzar os quatro
oceanos, foi equipado com câmeras subaquáticas
e computadores de última geração
para que a tripulação mantenha
contato direto em terra por onde o navio passa,
enviando imagens e notícias por videoblogs
e pelo recém-criado programa de TV
do Greenpeace, transmitido pela Internet.
A expedição
também vai mostrar a situação
de ameaça de várias espécies
de baleias, que, apesar da proibição
mundial da caça, continuam sendo perseguidas.
Neste ano, por exemplo, a Agência de
Pesca do Japão dobrou a quota de pesca
de espécimes da baleia minke e, no
ano que vem, pretende permitir a caça
de duas espécies que encontram-se ameaçadas
de extinção.