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INPA DESENVOLVE SISTEMA DE ALERTA AMBIENTAL

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2005

Peixe elétrico é utilizado para detectar a presença de compostos derivados do petróleo no meio ambiente

14/11/2005 - A utilização inadequada do petróleo traz grandes danos para o meio ambiente, desde o processo de extração, transporte e refino, até o consumo final. Os piores danos acontecem durante o transporte de combustível, com riscos de vazamentos em grande escala de oleodutos e navios petroleiros. Mas como evitar a contaminação de rios, ecossitemas aquáticos, lagos ou lençóis freáticos, principalmente, na região Amazônica?
Uma pesquisa realizada por Gilberto Schwertner Filho, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, demonstrou que o uso do peixe-elétrico, popularmente conhecido como ituí ou sarapó, pode ser utilizado como um sistema de alerta ambiental (biomonitoramento) para compostos derivados do petróleo. O sistema baseia-se na utilização da descarga elétrica produzida pelo peixe para saber se a água está contaminada ou não. O resultado do trabalho foi publicado em forma de dissertação de mestrado, com o título Apteronotidae (Pisces: Gymnotiformes) como modelo de biomonitor para compostos BTX.
Gilberto Schwertner explicou que o objetivo do projeto foi o de elaborar padrões para monitoramento dos contaminantes BTX, substância composta por benzeno, tolueno e xilenos, derivados de petróleo. "Os BTX são os compostos mais hidrossolúveis do petróleo, ou seja, são os compostos do petróleo que têm maior capacidade de dispersão na água. Um dos seus componentes, o benzeno, é altamente prejudicial à saúde, pois pode causar câncer", destacou. Ele disse que, durante um vazamento de petróleo na água, os compostos BTX são o primeiro indício de contaminação dos rios.

Segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), os padrões máximos aceitáveis pelo organismo humano são de 1 mg por litro na água, para benzeno, enquanto que, para o tolueno e para os xilenos, ainda não existe normatização para o Brasil. Por isto foram adotados os padrões para água potável da EPA, sigla em inglês para Agência de Proteção Ambiental Americana. A EPA estabelece o máximo aceitável de 10 mg por litro na água para o BTX.
Definidos os padrões adotados, a intenção era saber se o peixe-elétrico conseguiria sentir a presença do BTX na água, em níveis aceitáveis pelo organismo humano. "Foi comprovado que é possível detectar a presença de BTX na água por meio das variações das descargas dos órgãos elétricos do peixe", afirmou. Ele disse que a descarga elétrica do peixe varia conforme as condições do ambiente, ou seja, temperatura, substâncias presentes na água, entre outras condições.
O pesquisador explicou que quando a água não está contaminada, este peixe elétrico libera descargas elétricas constantes, com a mínima variação. "Isso acontece porque peixes da família Apteronotidae são os osciladores biológicos mais estáveis que se conhece. Quando o ambiente é alterado pelo BTX, as freqüências das descargas elétricas são alteradas", ressaltou.
Metodologia
Schwertner disse que o valor médio de freqüência das descargas de Apteronotus hasemani é de 1000 hertz, com tensão da ordem de mil Volts, mil vezes menor que a tensão de uma pilha alcalina. Essa baixa voltagem não pode ser sentida como choque pelo homem. Então, para captar a descarga foram necessários eletrodos de carbonos, colocados em um aquário, o uso de amplificadores, conversores analógico/digitais e monitoramento por meio de computadores. "Isso é o interessante, porque é possível verificar a contaminação da água por meio de sistema computacional. O peixe avisa antes que a gasolina ou o petróleo cheguem ao ambiente em altas concentrações, porque ao serem atingidas as condições legais estabelecidas pelo Conama, o modelo computacional emite o alerta, em função da modificação nos padrões das descargas elétricas do peixe", explica.

O pesquisador disse que o próximo passo agora é aproveitar um software livre, já existente, e fazer uma reengenharia, para adaptá-lo ao monitoramento da água que sai dos postos de gasolina. "A idéia é fazer um protótipo de um equipamento com um baixo custo. Estamos em busca de empresas que financiem a construção do equipamento".
Sarapó
São peixes onívoros que se alimentam principalmente de pequenos peixes, crustáceos, microvermes, larvas, podendo chegar a medir 60 cm. Segundo o pesquisador, algumas espécies são agressivas, ou seja, brigam para defender seu território; outras são mais sociáveis e vivem em cardume. Na região amazônica existem sete famílias de peixes-elétricos: Apteronotidae, Eigenmannidae, Sternopydidae, Rhamphichthyidae, Hypopomidae, Gymnotidae e Electrophoridae. Elas têm atraído a atenção dos pesquisadores, tanto pela variedade quanto pelas características peculiares.

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (INPA)

 
 
 
 
 
 

 

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